quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O DR. JÚDICE, O PAÍS MERDOSO E OS RATOS

O Dr. Júdice, o José Miguel, afirma hoje numa extensa e interessante entrevista ao Diário Económico que “somos um país muito merdoso”. Esta opinião, vinda de quem vem, será, certamente, de ter em conta. O homem, que já foi mandatário de Durão Barroso, Maria José Nogueira Pinto e agora de António Costa, num notável exercício do que ele designa por “abrangência” e que eu creio poder também entender-se como diletante pulsão de surfista político, traduzida no “apanhar da onda que me apetece e que esteja a dar”, é conhecedor. Confirmando-se o convite para coordenar a reabilitação da frente do Tejo na merdosa capital do merdoso país, estarei atento à obra do iluminado, despretensioso e injustiçado Dr. Júdice.

Também fiquei curioso com notícias que referem a iminência da entrada de uma praga de ratos vinda de Espanha e a processar-se por Trás-os-Montes. Será que começamos a capitalizar as políticas que nos vão tornando mais competitivos e atractivos aos estrangeiros olhos? A tradição já não é o que era. Antigamente os ratos eram os primeiros a sair e agora, parece, são os primeiros a entrar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

OS PREÇOS DOS MANUAIS ESCOLARES

Volto de novo à questão dos manuais escolares. Sublinho a importância que atribuo às alterações legislativas com impacto esperado na qualidade e prazo de vigências dos manuais adoptados. Na agenda entrou agora a questão dos preços. Duas notas.

Em primeiro lugar, o descongelamento dos preços dos manuais escolares em vigor para o Ensino Básico parece uma medida normal num mercado aberto, altamente competitivo e atraente face aos montantes envolvidos. Este descongelamento implicará aumentos nos preços, sobretudo nos próximos dois anos. Como exemplo, em 2008/2009 verificar-se-á um aumento de 6%. Segundo, a existência de regulação por parte do Ministério da Educação relativamente aos preços parece-me também ajustada considerando, designadamente, o âmbito da escolaridade obrigatória, e a acessibilidade das famílias às ferramentas de apoio ao trabalho de alunos e professores. Aliás, torna-se absolutamente necessária uma política eficaz e de apoio social e de acesso em tempo útil aos manuais por parte de alunos oriundos de famílias mais carenciadas.

Neste quadro o que me espanta verdadeiramente é a argumentação utilizada pelo Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, para justificar os aumentos de preço. Afirmou que em Espanha são muito mais caros e que os aumentos “são irrisórios para as famílias” uma vez que “3% de 6 € (valor de um manual do 1º Ciclo) são 18 cêntimos”. Não é sério em termos intelectuais esta argumentação. Não se pode comparar o poder de compra das famílias portuguesas com as espanholas e ninguém compra UM MANUAL, mas vários no valor de dezenas ou, em alguns anos curriculares, centenas de euros. Nenhum aumento é irrisório para muitas famílias.

O Senhor Secretário de Estado pode, tal como eu, não gostar da realidade mas é nela que a esmagadora maioria de nós vive, alguns sobrevivem e alguns outros, poucos, nem sequer sabem ou querem saber como é.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O CARUNCHO DA DEMOCRACIA

Assim vai a saúde da democracia. Dos 11 partidos concorrentes às eleições legislativas de 2005, o Tribunal Constitucional entendeu por bem aplicar coimas a 10 e admoestar o remanescente por irregularidades nas contas da campanha eleitoral.

Numa democracia representativa os partidos são e devem ser entendidos, embora sem exclusividade, como um pilar absolutamente central e entidades nas quais o cidadão deverá encontrar solidez ética e legal que lhe permita sentir-se representado pelo partido em que vota. Depois das recentes notícias sobre financiamentos indevidos envolvendo PS e PSD, esta apreciação do Tribunal de Contas mostra o caruncho que, invadindo a Assembleia da República, já ataca quem nela habita. E não se pode exterminá-lo?

O DR. PORTAS, O PAULO, VERSÃO HIGHT TECH

Uff! Afinal ele vem aí. Por informação dessa figura incontornável que dá pelo nome de João Almeida, secretário-geral do PP, o Dr. Portas, o Paulo vai aparecer.

Em mais uma cambalhota epistemológica o Dr. Portas, o Paulo, prepara a sua entrada no YouTube. Ele há coisas fantásticas. Abandonando o terreiro das feiras e mercados, entrando num mundo à sua verdadeira dimensão, eis que o Dr. Portas, o Paulo, passa a realidade virtual. Só tenho curiosidade em ver que canal e categoria irá alojar aquele dedinho em riste e as tremuras do olhar depois de cada soundbyte.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

EDUARDO PRADO COELHO

Agora que tudo acabou podemos reparar como em um dia, um só dia, Eduardo Prado Coelho se tornou uma unanimidade. Bastou que morresse, receita simples. Um homem que cultivou a polémica não vai poder comentar como certamente o faria. Não foi merecedor desta podre elegia. É o Portugal de (alguns) pequeninos.

ABANDONADOS

Segundo o Público de hoje, um número considerável de idosos recorrem aos hospitais por quadros de solidão e lá permanecem por ausência e/ou desinteresse de familiares.

Muitos miúdos e adolescentes estão abandonados em frente a um ecrã. Uma adolescente foi trucidada por um comboio porque, fechada ao mundo por uns auriculares, não percebeu a aproximação de um comboio.

Em Portugal o consumo de antidepressivos aumentou exponencialmente nos últimos anos, estando a sua procura frequentemente associada a situações de “tristeza, solidão e abandono”.

A SOS – Animal afirma que nunca tantos animais foram abandonados como actualmente.

Que raio de mundo é que andamos a construir? Condomínios fechados de uma só pessoa?

domingo, 26 de agosto de 2007

CHUVA GRADA EM AGOSTO, ANO DE FOME

Como é habitual o fim-de-semana acontece no meu Alentejo. Para a manhã de sábado estava previsto acabar a rega dos pomares, fabricar um bocado de terra, encanteirá-la e pôr uns tomateiros que garantem tomate até mais tarde. Ia a lida no começo quando chegou a anunciada chuva. O cheiro que a terra seca mostra às primeiras águas é inconfundível. Com a chuva a engrossar comentei com o mestre Zé Marrafa que assim tínhamos uma boa ajuda, acrescentando que, para uma terra seca, a água seria sempre bem-vinda. Surpreendentemente, com os olhos meio fechados a espreitar por baixo da pala do boné, o velho Marrafa diz-me que estava preocupado com aquela chuva e preferia que ela parasse. Não percebi ao que ele acrescentou “chuva grada em Agosto é ano de fome”. Mais admirado fico. Aí vai a explicação. É cedo. Se a chuva for pouca as sementes de erva e pasto que estão em cima da terra não chegam a nascer. Se a chuva for grada então pode fazer nascer a erva e o pasto que, como seguramente acontecerá, ao voltar o calor secarão, salvando-se apenas alguma erva mais grossa mas insuficiente. Daí a fome. Fiquei convencido. O velho sabe.

Lembrei-me da quantidade de gente que anda por aí a comentar e a opinar sobre o que obviamente não sabe.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O EUROMILHÕES

De hoje, retive duas notícias que alimentaram o meu optimismo. Aparentemente não parecem relacionar-se, mas creio que vale a pena pensar um pouco.

A primeira refere que as vendas do Euromilhões desceram 16.5% relativamente ao valor de igual período do ano passado.

A segunda notícia remete para um artigo do Journal of Neuroscience segundo o qual, investigadores da Bélgica e de Inglaterra terão identificado uma zona do cérebro responsável pelo autocontrolo.

O efeito conjugado destas notícias parece-me notável. Nós portugueses estaremos então a caminho de entender que a dependência dos acasos da fortuna, assente na velha máxima “nunca mais me sai o euromilhões para deixar de trabalhar”, pode ser substituída com vantagem pela ideia de “se eu quiser… eu faço”.

Será desta?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

SETEMBRO, DEPRESSA

O Dr. Portas, o Miguel, declarou simpatia pelo gesto da rapaziada descabeçada do Verde Eufémia (não insultem a Catarina). Terá, disse ao DN, cometido um “erro de avaliação” atribuível à sua inexperiência no mundo dos blogues. A sério?

O Ministro da Agricultura disse que não disse uma coisa que disse e que toda a gente ouviu. É frequente em crianças de 6, 7 anos e uma educação competente costuma ajudar.

O Dr. Menezes, o Luís Filipe, assinou no seu blogue uns textos que não eram seus. Comentou. Achou a questão ridícula. E conseguiu dizer isto sem se rir.

O Dr. José Luís Arnaut assumiu a responsabilidade pelo financiamento ilegal de que o PSD está acusado pelo Tribunal Constitucional. O Dr. Mendes, o Marques, acha uma “prova de correcção”. Também reparei que ele disse isto tentando assumir aquele ar sério a que chamam “pose de estado”.

E eu, eu sou um alienígena ansioso pelo fim de Agosto, esperando que as outonais branduras iluminem estas mentes colapsadas de sol e mar.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS - um contributo

Aqui vai um modesto contributo para actual questão dos OGM – organismos geneticamente modificados. Considerando a necessidade óbvia de aprofundar os estudos nesta matéria de modo a clarificar progressivamente os efeitos, positivos e/ou negativos destes procedimentos e que umas das mais referidas vantagens é o aumento substantivo da resistência às pragas pelos OGMs, proponho que os organismos a seguir referidos, sem hierarquia e sem preocupação de exaustividade, possam ser objecto de modificação genética no sentido de os proteger de algumas maleitas.

Deputados – protecção contra a praga do mutismo e falta de ideias próprias.
Sistema de Justiça – protecção contra a praga da lentidão e iniquidade.
Autarcas, Dirigentes Clubistas, Gestores Públicos – protecção contra a praga do nepotismo e da corrupção e impunidade.
Governo – protecção contra a praga da arrogância da infalibilidade incontestável.
PSD – protecção contra a praga populista e manipuladora. Já deu maus resultados com o menino guerreiro.
Território Português – protecção contra a praga dos atentados ambientais das políticas de urbanismo e ordenamento.
Alberto João, o Dr. Jardim – protecção contra a insultuosa insanidade ética, cívica e política.
Dr. Portas, o Paulo – protecção contra a praga da invisibilidade. Talvez um gene que o tornasse fosforescente.
Sr. Sousa, o Jerónimo – protecção contra a praga da mumificação das ideias.
Dr. Louçã, o Francisco – protecção contra a praga do paradigma “sou O iluminado e quero salvar-vos, entendeis irmãos?”.
Portuga – protecção contra a praga do “lixo pela janela”, do “esperto foi ele, orientou-se”, do “a minha política é o trabalho (mas tou desempregado)”, do “ó amigo, pode ser sem factura?”, etc.

A sério.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

VERDES? NÃO, CINZENTOS, COR DE BURRO

Ai está. Um acontecimento para animar a silly season. Uma rapaziada, ao que parece amiga do ambiente, resolveu arrancar milho trangénico numa herdade algarvia. Estavam num encontro internacional, a Ecotopia, muito entretidos a tratar do ambiente e, como tarefa de animação sempre importante nos encontros da malta, foram então arrancar milho trangénico. Convidada a GNR, a rapaziada “verde” afirma que não colaborou. No entanto, segundo outros, terá facilitado, pois pensava que eram uns sobrinhos do agricultor que tinham vindo ajudar na ceifa.

Como se diz no meu Alentejo a história isto deu um enleio desgraçado. Clama o Dr. Pereira, o Pacheco, “é crime”, clama o Dr. Portas, o Miguel, “bem feito”, embora depois se baralhe um bocado com a opinião, clama o Dr. Mendes, o Marques que a culpa é do Engenheiro, o Sócrates, o Dr. Menezes, o Luís Filipe, deverá dizer que o milho foi arrancado devido à fraca prestação do Dr. Mendes, o Ministro da Agricultura diz que não tinha nada a ver com festa e que não se pode levar a sério o Dr. Mendes e … andamos nisto.

Vamos a ver. Primeira questão. A utilização de OGM – organismos geneticamente modificados, deve obedecer à mais rigorosa das análises e ser acompanhada de exaustiva informação. Nenhum destes pressupostos interessará, seguramente, ao sindicato de interesses envolvidos. Nenhuma dúvida sobre isto.

Segunda questão, decorrente da primeira. Parece absolutamente legítimo, e necessário, campanhas e iniciativas que visem cumprir os pressupostos enunciados. Também nenhuma dúvida.

Terceira questão. É muito perigoso querer estabelecer fronteiras entre comportamentos reconhecidamente ilegais aceitáveis e não aceitáveis como forma de protesto. Foi este jogo que Miguel Portas quis jogar. Deu-se mal.

Na minha modesta opinião, como diz o menino guerreiro, a rapaziada “verde” asneirou.

Para acabar, quero sublinhar a minha preocupação com os organismos geneticamente modificados. Na Assembleia da Republica, na generalidade dos partidos, existem imensos. Ao longe, até parecem políticos, daqueles a sério. Adivinhem alguns como jogo de férias.

domingo, 19 de agosto de 2007

ALQUEVA REGA PARA FORA


A barragem do Alqueva começa, finalmente, a cumprir a sua função irrigatória no meu Alentejo.

No primeiro perímetro de rega e de acordo com uma notícia do Público de hoje, registaram-se mais de 200 rupturas desde a sua entrada em funcionamento. Não estará a regar o que seria necessário mas… temos que começar por algum lado.


Parece que temos sempre alguma dificuldade em, simultaneamente, fazer as coisas certas e fazer certas as coisas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

SIGILO BANCÁRIO E DIREITOS INDIVIDUAIS

O Tribunal Constitucional considerou inconstitucional a proposta do governo que permitiria à Administração Fiscal o acesso imediato às contas bancárias de qualquer cidadão que reclamasse, ou impugnasse, uma decisão do fisco. Esta ideia, era considerada por algumas “más-línguas” como uma espécie de chantagem sobre o cidadão, condicionando e inibindo o seu direito a reclamar de uma decisão da administração.

Parece-me ajustada a decisão do TC, mas fiquei muito mais descansado ao saber que o inevitável Dr. Vitalino Canas “assegurou que o PS está disponível para reformular a norma”. Bem-haja ao Dr. Canas e ao PS pela compreensão e generosidade.

NEM NA BARBIE

Atenção pais. Até os brinquedos estão perigosos. O mundo anda mesmo estranho. Nem na Barbie se pode confiar.
Por falar em crianças e em perigo. Na tragédia de Madeleine McCann, a poeira começa a assentar e os contornos desenhados parecem muito feios e trágicos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

CONVERGÊNCIA

A imprensa de hoje refere alguns dados interessantes. Relembra que somos o país da Europa em que o fosso entre os mais ricos e os mais pobres é maior. Afirma que, de acordo com a OCDE, o nível de preços em Portugal é 20 % mais baixo que na EU a 15 mas, para compensar, ganhamos 40% menos que a média comunitária, sendo, aliás, os mais mal pagos da Europa a 15.

Deve ser a isto que se chama convergência. De facto, a generalidade dos nossos indicadores convergem numa situação muito complicada que afecta, sobretudo, aqueles que mais divergem dos mais ricos, ou seja, isto é, quer dizer, não sei se entendem, uma parte muito significativa da população portuguesa a que, eufemisticamente, chamam de "menos favorecidos".

ALJUBARROTA, A PADEIRA E SARAMAGO

Hoje, o calendário diz-nos que em 1385 aconteceu a batalha de Aljubarrota. Por favor não relembrem isto a Saramago. Desde essa altura, ainda jovem, que não perdoa à padeira Brites de Almeida.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

PORTUGAL DOS PEQUENINOS

De acordo com o último Expresso, uma auditoria do Tribunal de Contas ao Instituto dos Museus e Conservação, revela um conjunto de irregularidades de que releva “despesas e pagamentos ilegais e contratos de prestadores de serviços sem autorização ministerial”, “encargos assumidos e não pagos, que não tinham cabimento na respectiva dotação orçamental”, “incumprimento na prestação de contas nos termos do Plano Oficial de Contabilidade”, “violação dos princípios de economia, eficiência e eficácia que presidem à realização da despesa pública”, etc. Como se verifica, coisa de pouca monta. O director do Instituto, o Comissário (mais um) Bairrão Oleiro, reconhece as irregularidades, desvaloriza-as afirmando, pasme-se, “as acções apontadas como graves irregularidades são-no apenas do ponto de vista formal… mas podem encontrar explicação em habilidades de organização interna” (sublinhado meu). O homem é um habilidoso.

Curioso é que este notável e habilidoso Director que vê a sua gestão tão bem apreciada pelo TC, é o mesmo que não renova a comissão de serviço a Dalila Rodrigues na direcção do Museu Nacional de Arte Antiga porque, apesar de, reconhecidamente, ter realizado um excelente trabalho em termos de gestão, recuperação dos espaços e da actividade expositiva, teve a suprema e inaceitável ousadia de discordar da tutela. O vilgilante e competente Comissário Oleiro não perdoa.

E assim se cumpre Portugal.

domingo, 12 de agosto de 2007

TORGA

12 de Agosto de 2007. Centenário do nascimento de Miguel Torga. Numa cultura como a nossa que, longe disso, não é insensível a efemérides, a data não passaria despercebida pelo que em Coimbra se realizaram cerimónias comemorativas. Estranhamente, ou nem por isso, parece que ninguém do Ministério da Cultura achou por bem estar presente. Miguel Torga não merece seguramente a deslocação. Creio que o próprio Torga entendeu serenamente esta atitude. Ele diz porquê.

“Uma simples palavra. Ou não a mereço ou os que ma deviam nunca a souberam dizer.”
“Só os bichos e os mortos são verdadeiros.”
“O mais dramático na vida de um poeta é que ninguém o aceita como ele é. Todos o querem como eles são.”
“Eu não sou homem para me apoiar senão em mim.”
“Continua o tráfico de consciências na feira política nacional. Compram-se e vendem-se convicções por todos os preços.”
“Que pestilência de tempo, e que desgraça ser contemporâneo de certas épocas e homens!”

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO

A GALP através do seu presidente, Ferreira de Oliveira, anunciou ontem os resultados do exercício do primeiro semestre de 2007. O resultado líquido ajustado, expressão que parece significar o lucro, foi de 281 milhões de euros correspondendo a um aumento de 71% relativamente ao mesmo período do ano passado. Na mesma ocasião e em intervenção que passou nos jornais televisivos, Ferreira de Oliveira anunciou o inevitável aumento da gasolina durante o verão. Afirmou ainda que este aumento não se deve a subida de preços no mercado do petróleo. Não entendo.

It’s the economy, stupid!

Assim sendo, peço desculpa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O AMBIENTE

Acredito que desta o ambiente em Lisboa vai mudar. Finalmente. É que o Zé, o Sá Fernandes, aceitou o pelouro do Ambiente na Câmara Municipal e o Pedro, o Santana Lopes, fez saber que “Já não faço noitadas. Tudo na vida tem o seu tempo”. Comovente e entusiasmante o anúncio do descanso do menino guerreiro que parece converter-se à velha ideia de que deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. E pode ser bom o menino crescer.

Por outro lado e ainda no âmbito do ambiente, estou admirado com o facto de o Provedor de Justiça já ter discordado formal e publicamente duas vezes (sublinho duas) da Senhora Ministra da Educação, repetição de exames nacionais e concurso para professor titular, e ainda se manter no cargo. Não existissem os limites da lei e os comissários já teriam actuado. A bem do ambiente.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

ESTOU DE VOLTA - EM PLENA SILLY SEASON

Voltei. Estas férias, optámos pelo retorno a uma das nossas regiões encantadas fora do país. Trata-se da Galiza e mais concretamente da zona da Ria de Muros, perto de Santiago de Compostela. Mais uma vez não me desiludi. Uma praia, o Ancoradoiro, que, a um meio-dia quentinho de Agosto não tinha mais de uma dúzia de pessoas, o pequeníssimo hotel familiar do Juan, Porto Carral, as refeições que a família de Juan partilhava connosco, e, sempre, as caminhadas diárias que soltavam o corpo, preparavam o apetite e relaxavam para a leitura da tarde. De triste, as sequelas ainda visíveis de fogos do ano passado que lá, como cá, foram intensos.

Acontece que voltei na pior das alturas, a chamada silly season, aquela época em que, estando o mundo (que pode) de férias, há que inventar algo que alimente a imprensa esperando que, finalmente, o homem morda o cão e tenhamos uma notícia. Mas este ano não parecem necessárias a imaginação e a investigação sobre fait-divers mais ou menos estranhos para compor a agenda. Temos as eleições no PSD, a actuação censória do PS e a situação no BCP. Numa rápida referência, o Dr. Menezes continua a dizer que quer ser primeiro-ministro, ao que o Dr. Marques Mendes responde com a hilariante, se não fosse trágica, ida ao Chão da Ribeira ajoelhar-se perante o “nosso líder”, o inimputável Alberto João. O Comendador Berardo insiste na sua genuína preocupação com os interesses dos pequenos accionistas do BCP no meio de uma falha informática!! que implode a decisiva e esclarecedora Assembleia Geral. Finalmente, a Ministra da Cultura faz mais uma prova de vida não renovando a comissão de serviço da Directora do Museu Nacional de Arte Antiga que, reconhecidamente, vinha realizando um excelente trabalho, mas que, também ela, ousou ter uma opinião discordante da tutela.

Enfim, tudo na mesma.
PS (post-scriptum) - O Ministério da Educação voltou a arranjar confusão com os concursos dos professores