domingo, 10 de setembro de 2017

SE NÃO ESTUDAS, "TÁS" TRAMADO

A propósito da divulgação das colocações no ensino superior o Público tem uma peça interessante com testemunhos de jovens que são os primeiros da sua família a frequentar ensino superior, referindo motivações, contextos sociais e familiares, projectos de vida, etc. Não pude deixar de viajar lá para trás, muito para trás no tempo. Também eu fui o primeiro da minha família mais próxima a obter formação superior.
Sendo filho de um serralheiro e de uma costureira, neto de gente ligada à costura e à agricultura não era suposto que continuasse a estudar. Aliás, lá na zona houve quem se admirasse de tal acontecer.
Ainda não há muito tempo participei num encontro que contava também com a presença de uma pessoa que estimo, o Professor Marçal Grilo, ex-ministro da Educação e autor de um livro com o título curioso e elucidativo “Se não estudas, estás tramado”, conversámos sobre o estudar e a importância da qualificação. Recordei-me e recordei-lhe que a minha própria experiência de vida se ligava com aquela ideia também afirmada há mais de 50 anos.
O meu pai, Homem que como costumo dizer me mostrou o que nunca tinha visto, também me disse “Se não estudas, tás tramado”.
E eu estudei e já no ensino superior trabalhei para poder estudar. Vi mundo que não imaginava ver, fiz o que não pensei fazer, estive onde não sonhava estar, conheci gente que não imaginava conhecer, sempre por dentro da paixão objecto do estudo e do trabalho, a Educação.
Na verdade, a escola, a educação pode, deve fazer a diferença.

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