domingo, 3 de janeiro de 2016

ELE NÃO VAI LÁ

Vai agora iniciar-se o segundo período escolar, o período das decisões. Na verdade, embora falte o terceiro período este que agora se inicia acaba por ser muito importante, ainda me lembro dos avisos dos meus professores a que se juntava a "seca" dos pais.
Quando o primeiro corre bem e segundo acontece sem sobressaltos, estávamos "passados". Se o primeiro não correu grande coisa e este período também não correr bem, dificilmente recuperaríamos no terceiro período, estávamos "chumbados", retidos como agora se diz.
Assim, o segundo período é um tempo em aberto, um tempo que permitirá manter bons resultados, recuperar de algumas dificuldades ou certificar o insucesso.
É neste aspecto que centro estas notas. De facto, alguns alunos devido aos seus resultados no primeiro trimestre, à sua história ou pelo "retrato" que deles foi tirado, são alunos que "não vão lá", ou seja, a escola, os professores, algumas vezes sem se dar conta, outras por ausência de meios ou disponibilidade e outras ainda pela convicção de que é "normal" que nem todos aprendam mesmo que tenham capacidades para isso e, portanto, não há nada a fazer, têm a sua frente alunos para os quais a expectativa de sucesso é baixa ou nula, dito de outra maneira, "eles não vão lá". A escola desiste deles e eles desistem da escola.
Curiosamente, muitos destes alunos são reconhecidos como miúdos espertos, dotados, de tal maneira que "se eles quisessem" teriam sucesso. O problema é que com alguma frequência, sem nos darmos conta e, ou por falta de recursos, nós a escola é que "não conseguimos" que eles tenham sucesso. Eu sei que a afirmação é forte e pode ser injusta em muitas situações, mas existem muitos miúdos de quem a escola desistiu por variadíssimas ordens de razões.
Ou seja, eles poderiam "ir lá", mas a escola também "não vai lá".

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