segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

VENTOS DA 5 DE OUTUBRO

O Ministro da Educação realizou hoje uma das primeiras, creio, aparições públicas. Como é habitual nestas circunstâncias produzem-se algumas afirmações sobre orientações e decisões.
Do que a imprensa refere julgo que são de registar algumas ideias.
A importância atribuída à “escola pública” e ao “serviço nacional de educação” como “motores da mobilidade social” e a definição do combate ao abandono e a promoção do sucesso como prioridades.
Sim, eu sei que tudo isto já foi mil vezes afirmado e outras tantas negado por políticas desenvolvidas mas, ainda assim, prefiro que seja este o discurso que a retórica da excelência, do rigor, da liberdade de educação que criam competição, exclusão e favorecem os negócios da educação.
O Ministro afirmou também que apesar da extinção do exame do 4º ano se manterá a realização de provas de aferição em moldes a definir, universais ou por amostra. No 6º e no 9º não se antecipam alterações. É importante, do meu ponto de vista, a manutenção de dispositivos de avaliação externa como ferramenta de regulação e parece positiva a “solução integrada” referida pelo Ministro considerando, dispositivos de aferição e de avaliação e integrando o PET, a PPT criada por Nuno Crato para avaliação de Inglês.
Uma outra alteração no discurso que me merece registo prende-se com o reequilibrar da visão sobre aos diferentes áreas disciplinares recuperando a importância global das “artes, do desporto e das ciências experimentais” desvalorizadas pela anterior equipa da 5 de Outubro que centrava as suas atenções quase que exclusivamente em Português e Matemática que sendo de facto essenciais não podem ser o tudo em matéria de currículo.
Tiago Brandão Rodrigues referiu ainda o processo em curso de análise da complexa matéria das “metas curriculares”. Como já referi, julgo necessário um processo de ajustamento mas é igualmente necessário um processo cauteloso de estudo, envolvimento e definição e a minimização da instabilidade e do risco de alterações simbólicas, rápidas e inconsequentes.
Não posso deixar de referir o facto de o Ministro se ter reunido com o corpo docente da escola que visitou. Na verdade já vai sendo tempo de ouvir os professores e não apenas os que sistematicamente falam pelos professores.
Será que podemos ter algum optimismo?

É preciso.

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