sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

METADOS DOS ALUNOS A PRECISAR DE APOIO. E TERÃO?

O Ministro Nuno Crato afirmou ontem em entrevista à RTP que o MEC estima em cerca de metade o número de alunos do ensino básico que poderão precisar de alguma forma de apoio dadas as suas dificuldades.
Assim sendo, o Ministério vai disponibilizar cerca de 47 000 horas de trabalho docente para providenciar este apoio.
Como é sabido, o MEC decidiu eliminar os chamados Planos de Recuperação que serão substituídos por dispositivos de acompanhamento pedagógico logo que se detectem dificuldades nos alunos.
É certo que os Planos de Recuperação em larga medida não "recuperavam" os alunos "recuperando", sim, uma enorme burocracia, falta de recursos adequados e dificuldades de organização.
Uma primeira nota para registar a estranheza pelo número avançado pelo MEC, metade, metade repito, dos alunos a necessitar de apoio.
Partindo do pressuposto, discutível, de que estes números se aproximarão da realidade fica por perceber como as 47 000 horas anunciadas poderão ter resultados significativos.
Por outro lado, do meu ponto de vista, as medidas da PEC, Política Educativa em Curso, aumento das turmas, mega-agrupamentos, cortes nos recursos humanos, normalização das respostas com uma estrutura rígida de metas de aprendizagem em número inacreditável, etc., etc. não parecendo o melhor caminho para a qualidade e para assegurar a qualidade e quantidade dos recursos para apoio pedagógico, contribuirão para novas dificuldades que se candidatarão a esta estratégia remediativa agora enunciada por Nuno Crato.
O apoio pedagógico, ou acompanhamento como é designado, tem de passar por uma correcta avaliação das dificuldades dos alunos permitindo assim que o apoio seja dirigido para essas dificuldades, o que torna necessária formação acrescida. Em sala de aula, a utilização de parcerias pedagógicas parece uma medida potencialmente eficaz. Deveria aligeirar-se a burocracia envolvida, com custos razoáveis de tempo, e, finalmente, criar dispositivos de regulação e avaliação das intervenções que permitam a sua correcção e eficácia.
A questão é que não vislumbro que a generalidade das escolas tenham os recursos adequados. Por mais que nos esforcemos, a realidade não é a projecção dos nossos desejos.

1 comentário:

Pedro Lopes disse...

Boa tarde. Gostaríamos de lhe apresentar um projecto informativo online, pelo que lhe pedimos que envie um email para pjunqueiralopes@letra1.com, por forma a podermos responder.
Obrigado