quinta-feira, 14 de abril de 2011

JÁ NÃO AGUENTO

Hoje são divulgados os dados do estudo sobre a saúde dos adolescentes portugueses coordenado pela Professora Margarida Gaspar de Matos realizado no âmbito da OMS. Para além da relevância genérica do trabalho, o Público acentua a referência ao facto de 15.6 % dos adolescentes inquiridos, com catorze anos de idade média, se terem magoado de propósito mais do que uma vez nos últimos doze meses à data do estudo. Os comportamentos autodestrutivos em adolescentes são mais frequentes do que muitas vezes pensamos. Alguns estudo internacionais apontam para cerca de 10% da população em idade escolar com comportamentos de auto-mutilação pelo que os dados encontrados agora em Portugal são, de facto, preocupantes.
Este quadro é um indicador do mal-estar que muitos adolescentes e jovens sentem. Em muitas situações não conseguimos estar suficientemente atentos. Acontecem com alguma frequência situações de sofrimento com as mais diversas origens, relações entre colegas, bullying por exemplo, ou relações degradadas em família que facilitam a instalação de sentimentos de rejeição, ausência de suporte social, facilitadoras de comportamentos autodestrutivos. Começa também a emergir como causa deste mal estar a dificuldade que algumas crianças e adolescentes sentem em lida com situações de insucesso escolar. Esta dificuldades são frequentemente potenciadas pela pressão das famílias e pelo nível de competição que por vezes se instala.
Depois das ocorrências torna-se sempre mais fácil dizer qualquer coisa mas é necessário. Muitas crianças e adolescentes evidenciam no seu dia a dia sinais de mal-estar a que, por vezes não damos atenção, seja em casa, ou na escola espaço onde passam a muito tempo. De facto e na maior parte dos casos, designadamente, em comportamentos de auto-destruição, pode ser possível perceber sinais e comportamentos indiciadores de mal-estar. Estes sinais não podem, não devem, ser ignorados ou desvalorizados.
O resultado pode ser trágico.

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