terça-feira, 5 de abril de 2011

UM PAÍS À BEIRA DO APAGÃO

O apagão voltou a entrar na agenda depois da inenarrável, delinquente e ridícula decisão de apagar a luz do estádio do meu glorioso após o jogo que marcou a entrega do título.
No entanto, temo que tenhamos que continuar a utilizar o termo em circunstâncias bem mais complicadas e estranhas, o apagão do país.
Devo dizer que cada vez mais tenho dificuldade em entender os discursos e comportamentos das lideranças políticas e económicas nos dias que vão correndo. Como o povo costuma dizer, cada cavadela, cada minhoca. Sempre que alguém, do governo, da oposição, do mundo económico, etc. os discursos são invariavelmente dirigidos aos seus interesses imediatos, ao cálculo sobre o rendimento político ou em espécie que daí possam advir e menos dirigidos aos problemas das pessoas e como encará-los com um mínimo de apoio e confiança.
A grande preocupação é com os mercados, a confiança dos mercados, a dívida, o défice, etc. É óbvio que tudo isto é fundamental mas e a confiança das pessoas, as dívidas e a sobrevivência das pessoas, e o défice de ética e valores sociais? Apagam-se?
Estamos à espera que o país entre em implosão, se apague e que das cinzas e do nevoeiro surja um redentor que anuncie um mundo novo? Já não existem amanhãs que cantem.
Será que é mesmo impossível criar uma plataforma que restaure um mínimo de confiança na nossa capacidade de levar a vida, a nossa vida, a um patamar melhor?
Quero acreditar que sim, que é possível, talvez com um outro sobressalto cívico que obrigasse a partidocracia à reflexão sobre modelos esgotados.
A continuarmos assim só faltará saber que irá desligar o interruptor e apagar o país. Acho que ainda estamos a tempo de o evitar. Resta saber se queremos, ou merecemos.

1 comentário:

anónimo paz disse...

Não existem (infelizmente) valores seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal, o belo do feio;Tudo é relativo, (Einstein) subjectivo. Tudo depende das circunstâncias e dos interesses em jogo.
Os valores dominantes numa sociedade são sempre aqueles que melhor servem a classe dominante na sua exploração das classes mais fracas ou fragilizadas.

O OBJECTIVO?!
É o dinheiro!!!
O dinheiro não só não tem coração como não tem honra nem memória. O dinheiro é automaticamente respeitável desde que se conserve algum tempo.
Nem que se ponha em nome de um qualquer sobrinho na Suiça ou se fuja para o Brasil com direito a ordenado por inteiro e regresso em apoteose.

Quanto ao apagão no ESTÁDIO DA LUZ
quero apenas fazer uma pergunta: QUEM GOSTARIA QUE O ANTAGONISTA FOSSE FAZER A FESTA EM SUA CASA?!

saudações