segunda-feira, 4 de abril de 2011

UM AMBIENTE IRRESPIRÁVEL

Num dos raros dias limpos e cheios de sol que nos últimos tempos nos tem sido oferecidos, a minha disposição deveria ter sido, para utilizar a terminologia em moda, revista em alta, mas não.
O meu glorioso perdeu o campeonato em casa e consegue ainda associar-se a um degradante espectáculo de apagar as luzes do estádio logo a seguir ao jogo e à turbulência ocorrida antes do jogo com agressões e detenções. O que se passa em torno de algo normalíssimo, a rivalidade entre clubes de futebol, assume contornos cada vez mais graves com declarações absolutamente irresponsáveis e criminosas dos responsáveis clubistas. Ataques a espaços dos clubes, vandalismo na estrada, ataques e insultos a pessoas são a regra. Quando, esperemos que não, algo de mais grave suceder virão todos com a hipocrisia do costume livrar-se de responsabilidades e assumir o papel de vítimas. Triste espectáculo.
No entanto, e certamente não por acaso, os discursos políticos também não contribuem para a rever a disposição em alta, são noutro estilo, semelhantes aos do futebol. Continuam centrados nos ataques recíprocos, dirigidos para o que pode constituir-se como dividendo eleitoral, no enjeitar de responsabilidades, na incapacidade de perceber que o país se afunda e que seria necessário, mais do que nos últimos tempos alguma vez foi, que se pensasse em política grande e não em política pequena.
A questão, tal como no dirigismo desportivo a que me referia acima, é que os protagonistas em acção são parte do problema, não serão parte da solução.
Está um ambiente irrespirável.

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