segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O COLO DA MÃE

Há questões ou acontecimentos que nos tempos que correm, marcados pelas agruras de uma profunda crise e pelos discursos políticos sobre a mesma, quase não cabem na agenda.
Um exemplo deste cenário é a discrição sobre uma matéria que esta semana entra nas preocupações mundiais, o aleitamento materno, que, provavelmente, não passará de mais uma referência de rodapé na imprensa.
De facto, apesar da existência de uma série de mitos e equívocos construídos nas últimas décadas em torno da alimentação dos bebés com o leite da mãe, parece que devagarinho se volta a tomar consciência dos benefícios de tais práticas maternais. É consenso entre os especialistas em várias áreas do desenvolvimento infantil que o aleitamento materno, para além das não despiciendas vantagens económicas, é uma excelente base para o lançamento de um desenvolvimento saudável, previne riscos de infecções pelo fortalecimento do sistema imunitário dos bebés e até funciona como inibidor do risco de obesidade uma ameaça já muito séria de saúde pública entre os mais novos.
Aos benefícios de natureza mais biológica, por assim dizer, acresce ainda o impacto positivo que a prática de aleitamento materno revela na qualidade dos laços entre mães e filhos com, mais uma vez, consequências importantes na qualidade do desenvolvimento e da relação.
Face a tudo isto, torna-se pois imprescindível que no âmbito de verdadeiras políticas de apoio às famílias, se estabeleçam as condições em matéria de legislação laboral, o que tem sido feito, e, sobretudo, que se promova a eficácia de uma fiscalização inibidora de práticas discriminatórias que efectivamente incentivem e possibilitem às mães algo que, diz quem sabe, as mães, é uma experiência extraordinária. Os miúdos também acham.

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