segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PAI E FILHO, OUTRO DIÁLOGO IMPROVÁVEL - O recomeço

Pai, agora que as férias estão a acabar gostava que desses alguma atenção a umas coisas que te quero dizer.
Lá vem seca, João, estou mesmo a ver.
Não comeces Pai, não se trata de seca, é para teu bem. Era bom que este ano corresse bem.
Mas, o ano correu bem João.
Não foi muito mal Pai, mas algumas coisas não devem acontecer e deverias ter algum cuidado.
Não entendo João.
Pai, como sabes deste algumas faltas no teu emprego com desculpas falsas. Disseste uma vez que estiveste doente e foste ver o Benfica ao estrangeiro e lembro-me também de dizeres que precisavas de ir comigo ao médico várias vezes.
João, essas coisas são normais.
Vocês são muito engraçados quando chegam a pais, dizem-nos que não se deve mentir, que não de deve faltar à escola, etc. e na volta ... Olha Pai, também era importante que não arranjasses problemas com os teus colegas, especialmente com os tais Mário e Jaime de que estás sempre a falar e queixar-te.
Mas eles são parvos, chateiam-me e depois passo-me.
Pois é Pai, já te tenho avisado que tens de ter cabeça, saber controlar-te e não responderes para não te prejudicares. Outra coisa, quando houver alguma dificuldade deverias ser capaz de falar com o teu chefe, não tenho tempo para ir ao teu emprego sempre que se passa qualquer coisinha. Tens que ser tu a tratar dos teus assuntos.
Bolas, ainda estou de férias e já estou a levar uma seca.
Como sabes, alguém tem que te dizer estas coisas. A vida não está fácil e é preciso que as coisas corram bem para que não tenhas problemas, podem mandar-te embora.
Não podem João. Já estou lá há muitos anos.
Vê-se mesmo que não andas informado. Falam em que se vai poder despedir as pessoas com mais facilidade, tens que ter atenção com o que fazes e não ter descuidos. Pai, promete-me que te vais esforçar. Dou-te uma prenda no fim do ano.

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