quarta-feira, 11 de junho de 2008

MIÚDOS CALADOS

Era uma vez uma Professora que andava com umas dúvidas sérias. Ela achava que os seus alunos trabalhavam melhor e sentiam-se também melhor quando, por períodos grandes, falavam nas aulas. Tinha lido umas coisas sobre estas matérias, organizava debates e muitos trabalhos realizados em grupo e com grandes discussões entre os alunos. Esta ideia não ia muito ao encontro da sua experiência de pequena e de muita da formação que lhe deram. Por outro lado, parte significativa dos seus colegas criticavam porque, diziam, fomentava maus hábitos nos alunos e levava a que os alunos deles lhes levantassem problemas porque queriam falar. Além disso, na comunicação social, apareciam uns opinantes a afirmar que, na escola, o trabalho dos meninos é ouvir o professor e estudar. É assim que se aprende, dizem essas pessoas. Tudo isto lhe causava dúvidas sobre o que estava fazer.
Um dia, na biblioteca, encontrou o Professor Velho, o que fala com os livros, e, em jeito de desabafo, comentou as sua inquietações e a dificuldade em explicar a ideia que acreditava ser certa. O Professor Velho riu-se e falou daquele modo baixinho, “Professora, que ouvimos nós da maioria dos pais quando percebem os seus filhos muito tempo quietos e calados?”. “Ó Velho não brinques. Os pais costumam dizer que, ou estão doentes, ou estão a fazer asneira, ou já fizeram asneira”.
“Pois é Professora, pergunta aos teus colegas se querem os alunos doentes ou a fazer asneira”.
“Obrigada Velho, eu estou certa, vou falar com os alunos sobre isto”.

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