quinta-feira, 12 de junho de 2008

A HISTÓRIA DE UM HOMEM CALMO

Era uma vez um homem, chamavam-lhe o Calmo. Todas as pessoas o achavam a pessoa mais tranquila que já tinham conhecido. Nunca ninguém tinha visto aquele homem, o Calmo, perder o controlo de si. Nada parecia fazê-lo descontrolar-se. Sempre impassível, com o mesmo ar sereno na maior das alegrias ou na mais profunda das tristezas. Estivesse na mais intensa das discussões ou no mais envolvido dos convívios, o Calmo nunca se alterava. Muitos dos seus colegas e amigos invejavam a sua capacidade de se controlar e de parecer imune aos acontecimentos à sua volta, positivos ou negativos. No fundo, todos desejavam que alguma coisa pudesse acontecer para, finalmente, mostrar que o Calmo também era gente.
Um dia, o Calmo não apareceu. Procuraram-no por todo o lado e, no último local onde fora visto, encontraram a roupa que trazia vestida tombada sobre um montinho de cinza.
O Calmo tinha implodido. Toda a gente respirou de alívio, afinal, ninguém é perfeito.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os narcísicos são os piores, mesmo na versão vá para fora cá dentro.

Abraço
A.C.