quinta-feira, 14 de junho de 2012

A ESCOLA FOI À PRAIA

Final da manhã, um passeio na praia por conta do antonino feriado dos lisboetas deu para apanhar um solzinho e assistir, enquanto resisti, a uma cena curiosa em que intervinham uma mãe preocupada, um filho chateado, de uns nove anos, e um pai indiferente, que também por ali feriavam. A mãe preocupada e o filho chateado estavam debaixo do chapéu de sol com um caderno de exercícios escolares e o pai indiferente digeria as sardinhas e as "bejecas" da véspera, deitado na toalha.
O diálogo da mãe preocupada e do filho chateado que me chegava era, mais ou menos, este.
Tens que fazer isto até ao fim, depois jogas à bola com o teu pai.
Mãe, não me apetece fazer isto, já estou farto, é férias.
Tens de fazer, ainda não está de férias, eu ajudo-te, vá diz lá, o que é que cai no Outono? Tu sabes.
São as folhas mãe.
Vês como sabes, vá completa lá a frase, escreve.
Mãe, já chega.
Já te disse tens que acabar. Se não acabas isso quando chegarmos a casa não vais ver televisão. Já sabes, tens que acabar esses exercícios.
Desisti, de mansinho levantei-me e zarpei para outro porto.
Pobre criança, quase de férias, de feriado, na praia, não pode jogar à bola com o pai, tem de realizar os exercícios escolares e se não os realizar não vai ver televisão quando chegar a casa.

Que raio andamos nós a fazer da vida dos miúdos?

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