terça-feira, 25 de março de 2008

ÉS O QUE TENS

Retomo um assunto que aqui já tenho abordado mas que hoje volta também a ser referido pela imprensa. Durante o último ano, o crédito malparado, dívidas não satisfeitas, aumentou 15,6%. Este valor verifica-se na área do crédito ao consumo e é bem superior ao que se verifica na área do crédito à habitação.
Mais do que um problema económico também importante, estamos sobretudo perante uma questão de valores. Estes tempos são demasiado permeáveis à ideia de “somos o que temos” ou, de outra maneira, “para ser tenho que ter”. Este entendimento começa cedo, as crianças querem o brinquedo que todos têm, os adolescentes querem a roupa que todos usam e o telemóvel que todos têm e os adultos querem aquele plasma, aquele gps, aquelas férias, aquela roupa, aquele carro, aquele casamento dos filhos (agora dificultado com a cobrança de impostos), aquela mobília, etc. Curiosamente, de forma genérica, todos achamos que não somos exactamente assim, mas o SER de muitas pessoas está excessivamente dependente deste TER, tudo e já. Num país de baixo rendimento salarial a consequência óbvia é o recurso ao crédito e à mínima dificuldade sobrevém o incumprimento.
Creio que seria importante que, de mansinho, tentássemos, quando possível, se possível, contrariar este trajecto que, seguramente, irá deixar muitas famílias em situações muito delicadas.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que digo imediatamente a seguir é tão óbvio que se torna numa verdade La Palissiana ou seja, torna-se rídicula: A carne é fraca, os compromissos só vêm depois e em muitos casos o primeiro pensamento é: SEJA O QUE DEUS QUISER!Por isso, no ponto em que as coisas estão, cabe ao Estado impor regras apertadas no negócio bancário que dificultem o acesso ao crédito para puro consumismo.
Isto se por acaso o Estado estiver interessado em construir uma sociedade menos sobressaltada!

O que não me parece!...

Pois há barrigas muitos grandes para encher e é essa a prioridade!!!

Saudações