terça-feira, 16 de julho de 2013

A SALVAÇÃO NACIONAL

Os representantes dos partidos do arco da governação, justamente, a governação que, conjuntamente com o contexto mundial, que nos conduziu à situação que vivemos, continuam a tratar da nossa salvação por imposição de uma peregrina decisão do Presidente da República. Os trabalhos decorrem acompanhados por um observador da Presidência certamente com a função de tomar conta da rapaziada que trata da salvação. É gente com comportamentos imprevisíveis e que, portanto, solicita supervisão.
Na verdade, creio que eles estarão, como será previsível a tratar da sua salvação, acautelando os seus interesses e a forma de que a partidocracia funcione como tem funcionado.
Por falar em interesses, os banqueiros portugueses continuam a ser dos mais bem remunerados da Europa, certamente para compensar os salários baixíssimos da esmagadora maioria da população que ainda consegue manter o trabalho. Claro que a banca é apoiada justamente com o dinheiro dos contribuintes de acordo com o velho aforismo, "temos que ser uns para os outros".
Ainda por falar em salvação nacional, o recente relatório do INE sobre Rendimento das Famílias e Condições de Vida, com dados até 2012, mostra um retrato devastador da tragédia que muitas famílias vivem. Apenas alguns indicadores, cerca de dois milhões de portugueses vivem com menos de 416 € mensais, o actual valor do limiar de pobreza, 25.3% da população portuguesa está em risco de pobreza e exclusão, sem as transferências sociais o risco de pobreza atingiria 4,5 milhões de portugueses e a assimetria nos rendimentos depois de um decréscimo volta a aumentar desde 2009 sendo que os grupos sociais mais atingidos são as crianças e velhos e as famílias com filhos.
Olhar para estes dados e imaginar o grupo que trata da "salvação nacional" causa uma apreensão que aparece disfarçada de um sorriso amarelo face a uma piada de mau gosto.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

A minha idade é provecta.

Á cerca de 40 e tal anos recordo-me de ver um filme de ficção científica que perdura na minha memória.

Eis o guião em traços resumidíssimos:

"Nave espacial que viajava no éter porque o planeta Terra tinha implodido. A nave tinha três patamares de classe sociais.

1º Líderes da nave
2º Altíssima burguesia que se incumbia das finanças e economia da nave.
3ºArraia-miúda, populacho, plebe, ralé, ou como lhe queiram chamar que trabalhava em condições sub-humanas incluindo desnutrição para alimentar o 1º e 2º patamar de forma opulenta, ociosa e faustosa.

Não me recordo qual o final do filme mas presumo que fosse com a revolta dos escravos ou seja do 3º patamar.

A experiência que vamos adquirindo ao longo da vida leva-nos a constatar que normalmente a ficção é a antecâmara da realidade.

E se alguma duvida persiste nas nossas mentes basta observar com atento o que se passa na sociedade Portuguesa excluindo o meu presssuposto da revolta do 3º patamar. POR ENQUANTO...


VIVA!