domingo, 28 de julho de 2013

A DESPUDORADA IMPUNIDADE

Da imprensa de hoje duas referências.
A Fundação do PSD-Madeira que de acordo com Passos Coelho e Alberto João Jardim "não recebe um tostão do Estado" recebeu em 2010, 2011 e 2012 verbas provenientes da UE e do OE, cerca de dois milhões de euros, para manutenção da Herdade onde se realiza a festa anual do PSD-Madeira, no Chão da Lagoa.
Pode ler-se ainda que uma auditoria do Tribunal de Contas detectou um buraco de seis mil milhões de euros nas Parcerias Público Privadas de quatro hospitais.
Estas notícias não têm nada de surpreendente, dão expressão ao que todos temos como adquirido seja a despudorada e impune administração de Alberto João Jardim ou o não menos despudorado e impune universo da generalidade das PPPs, quer rodoviárias quer no âmbito da saúde.
Na verdade, as PPPs em modo português, de uma forma geral, são uma estranha e assimétrica parceria, um parceiro assume os encargos e os riscos e o outro parceiro recebe os lucros.
O que parece mais embaraçoso é que esta assimetria inaceitável entre quem se assume como “parceiro” tem vindo a ser sucessivamente denunciada mesmo de dentro do estado. Apesar disso, sucessivos governos têm apostado de forma despudorada, irresponsável e delinquente do ponto de vista ético, para ser simpático, no estabelecimento e fortalecimento ou manutenção destas Parcerias assentes em contratos jurídicos estabelecidos basicamente à medida dos interesses privados de empresas e grupos “amigos”, constituindo-se, assim,  como verdadeiros brindes à custa do erário público e dando um enorme contributo para a situação financeira que actualmente vivemos.
Mais grave, é ter-se continuado a assistir à defesa destes comportamentos, à impunidade dos responsáveis e ao aumento dos custos que esta ruinosa e irresponsável política envolve.
E não acontece nada de significativo.

1 comentário:

Anónimo disse...

E o que dizer das despesas do ensino superior politécnico público tais como, a celebração do aniversário de uma Escola, integrada no Instituto Politécnico de Santarém, com um cruzeiro na barragem do Castelo do Bode, com almoço a bordo e transferes em autocarro ao cais de embarque, para docentes, funcionários e convidados, noticiada pelo jornal “O Mirante”, na sua edição de 18.12.2008, pág. 33, em artigo intitulado “Aniversário da Escola de Gestão celebrado em tom de discórdia”, e pelo Diário de Notícias, na sua edição de 19.12.2008, pág.13, em artigo intitulado “Um passeio à conta dos contribuintes”.
Despesas estas, que não suscitaram um reparo por banda dos órgãos do Estado.
Para os que, como eu, atribuem valor ao simbólico, a subsequente nomeação da Sr.ª Presidente do Instituto Politécnico, pelo Sr. Presidente da República, para a Comissão de Honra das Comemorações do 10 de Junho de 2009, na Cidade de Santarém, teve um significado político. Ademais, conforme noticiado, a Sr.ª Presidente do Instituto Politécnico também desfrutou deste cruzeiro idílico…