quarta-feira, 19 de junho de 2013

A REPETIR É QUE SE APRENDE

A lida não me deixou assistir à entrevista do Ministro Nuno Crato na RTP1 pelo que os comentários decorrem da leitura das notas de imprensa que vão sendo conhecidas.
O Ministro terá afirmado que "está fora de causa anular todos os exames de Português". Percebo a decisão do Ministro em termos de custos processuais e mesmo em termos políticos, mas confesso que à luz das suas "teorias" pedagógicas tenho dificuldade em a entender.
O Ministro afirma recorrentemente que nos processos de aprendizagem, a repetição e a memorização que a repetição permite, são as fontes essenciais de aprendizagem, não aquelas modernices eduqueses dos processos cognitivos e socio-cognitivos que levam à compreensão e ao desempenho bem sucedido.
Nesta perpectiva e considerando que o Ministro realizou na questão do exame de Português um péssimo exercício de gestão política, este deveria ser repetido, repetido, repetido até memorizar que estas coisas não se fazem assim, no desrespeito das regras, no meio da agitação e instabilidade, com a enorme probabilidade se verificar o que se verificou, isto é, problemas, etc.
A questão é que Nuno Crato tem vindo a revelar dificuldades específicas de aprendizagem, ou seja, aprende bem as manhas do discurso político e demagógico, por exemplo explorando ad nauseam a defesa dos interesses dos alunos, que nem sequer acontece, ou a diabolização dos professores, mas revela uma enorme dificuldade em compreender o que são as escolas, os miúdos, os processos de ensinar e aprender, os professores e o seu trabalho, etc.
Apesar de tudo isto, considero um avanço a decisão de antecipar em um dia os exames do básico previstos para dia 27 que coincide com a greve geral.
Vamos ver quando for a exame. Mesmo que o realize em condições ideais, as minhas expectativas sobre a sua avaliação são baixas. E como acabou com o "novas oportunidades" creio que a carreira política já foi.

1 comentário:

Manuela Matos disse...

Bem visto, Morgado, concordo plenamente! No final deste dia, ainda me ri com o teu texto...bem visto, não aprende mesmo...

abraço