quinta-feira, 8 de abril de 2010

PROJECTOS DE VIDA

A situação portuguesa no que se refere a crianças e jovens institucionalizadas, tem vindo a Registar uma evolução positiva o que é de realçar, embora permaneçam alguns aspectos que suscitam atenção. Segundo o Relatório de 2009 diminuiu o número de crianças e adolescentes institucionalizadas, passaram para 9563. No entanto, o perfil altera-se em termos qualitativos. Em 2009 a maioria das crianças institucionalizadas tem mais de 12 anos, exactamente a faixa onde maior dificuldade se regista para entrar em processo de adopção. Os novos casos de institucionalização envolvem sobretudo adolescentes e jovens, muitos deles referenciados como problemáticos. De todos os institucionalizados a adopção será previsível para 10.5%, existem muitas crianças e adolescentes que pelas suas características não são "apetecíveis" para adopção, e cerca de 3% não têm qualquer projecto de vida. Um dado bastante curioso refere que em 2009, 16 crianças foram devolvidas aos serviços por famílias que as tinham adoptado, situação absolutamente devastadora.
Colateralmente, também é notícia hoje um caso de suicídio de um adolescente de 17 anos num Centro Educativo em Lisboa. A situação de sobrelotação destes Centros tem vindo a ser recorrentemente referenciada.
Apesar da evolução positiva no universo das crianças institucionalizadas, muitas delas continuam a ver comprometido um projecto de vida viável e positivo ainda que através de vias diferenciadas. Esse é o grande desafio das instituições de acolhimento.
Por outro lado, importa não esquecer que muitas das crianças e adolescentes não institucionalizadas, vivem em situação de risco, muitas vezes conhecido, sinalizadas ou referenciadas como se diz na gíria, pelo que também podem ver seriamente comprometido aquilo que por dever da comunidade e direito de crianças e adolescentes não pode deixar de acontecer, a construção de um Projecto de Vida viável e positivo.

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