segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

AINDA OS POBRES PUTOS POBRES

O relatório sobre protecção social e inclusão social produzido pela Comissão Europeia de que aqui falei ontem foi objecto de divulgação pela imprensa de hoje (link em baixo).
Acho importante voltar a ele referindo dados que apontam para a relação entre risco de pobreza para as crianças e nível de escolaridade dos pais. Segundo o relatório da Task-Force on Child Powerty and Child Well-Being, um dos mais significativos factores de risco em situações de pobreza é justamente o nível de escolaridade dos pais. Nesta matéria o relatório da Comissão Europeia refere que, em Portugal, 68% das crianças vivem com pais sem o ensino secundário enquanto a média europeia é de 16%. Se considerarmos as crianças já em situação de risco, em Portugal, 88% vivem neste tipo de agregados.
Estes números esmagadores evidenciam que a qualificação dos portugueses é inadiável e constitui-se como uma batalha que não podemos perder. O Governo tem tido este discurso e o Programa Novas Oportunidades é uma aposta neste sentido, embora os processos e iniciativas mereçam discussão. Veremos os resultados. O que temo, como a imprensa hoje parecia indiciar é uma tentativa, aliás recorrente, de minimizar ou desvalorizar os dados do relatório.
http://ec.europa.eu/employment_social/spsi/publications_en.htm

PS – Recomendo vivamente a leitura de um artigo de José Dias Urbano “Senhores Deputados, restituam-nos a esperança” hoje apresentado no Público e tocando numa das fragilidades da democracia à portuguesa, a lógica partidária da representação parlamentar.

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