domingo, 10 de fevereiro de 2008

DEPRESSA E BEM, NÃO HÁ QUEM

Acho que se impunha. A equipa do Ministério da Educação deveria realizar um retiro sabático embora os seus colegas do ensino superior estejam a combater as licenças sabáticas. Com o “ímpeto reformista” (já cansa) do actual governo, esta equipa desatou a reformar de uma maneira que o país fica tonto com tanta agitação. É óbvio que o sistema educativo precisa de mudança. Mas esta, sempre difícil, tem de partir da necessária avaliação das fragilidades e desajustamentos e então, de forma estudada, reflectida e envolvendo os actores envolvidos, decidir os objectivos e processos de mudança. A equipa que gere a PEC (política educativa em curso), é de uma tal agitação que parece funcionar ao contrário, ou seja, procura mudar tudo e ao mesmo tempo e pensa depois, se pensar. O cidadão fica perplexo, sem confiança o que acaba por minar o impacto de algumas medidas. O mais recente exemplo desta trapalhona e avulsa forma de funcionar remete para a avaliação de professores, em cujo processo o ME teve que recuar quando se percebia desde o início a impossibilidade de realizar o determinado.
A mudança em curso no ensino artístico parece seguir o caminho habitual. É necessário introduzir mudanças no sentido de aumentar a qualidade e acessibilidade do ensino da música às crianças em Portugal, mas porquê assumir a intenção de não permitir o ensino supletivo para crianças mais pequenas? O ensino musical nas escolas de música dos conservatórios não se pode confundir com a educação musical, presença imprescindível na estrutura curricular obrigatória. Cumprem funções diferentes, ambas imprescindíveis. Por favor, parem, estudem, oiçam, pensem e decidam. O País agradece.

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