sexta-feira, 9 de março de 2007

O INFERNO EXISTE

A leitura regular da imprensa escrita, sobretudo nos últimos tempos, e o interesse pelo mundo da educação suscitaram-me a realização de um pequeno exercício inventariando a terminologia mais empregue na esmagadora maioria dos trabalhos publicados. Aqui se deixa o interessante resultado.

Abandono escolar, absentismo, falta de assiduidade, alunos desmotivados
Agressão a professores, agressões a alunos, agressões a funcionários, “bullying”, violência escolar, humilhações
Assaltos, roubos, delinquência
Falta de autoridade dos professores, imagem social degradada dos professores, professores desmotivados
Famílias incompetentes, pais negligentes, demissão familiar
Indisciplina, incivilidade, mau comportamento, protestos, recusa, contestação
Insucesso, facilitismo, burocracia, currículos desajustados
Insegurança, medo, receio
RECUSO-ME A CONTINUAR

Depois deste retrato temos duas alternativas a considerar. Ou a escola é exactamente isto, e todos os dias cerca de 1 500 000 de crianças, adolescentes e jovens e 160 000 professores e funcionários vão lutar pela sobrevivência neste inferno ou, por outro lado, a escola tendo isto, não é só isto.
Como acredito na segunda hipótese, parece-me urgente que, mantendo um realismo lúcido, se procure e mostre o TUDO e não apenas o mau da escola. A insistência exclusiva neste discurso terá um efeito devastador na confiança e expectativas de alunos, famílias e professores face ao presente e ao futuro.

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