segunda-feira, 15 de novembro de 2021

UMA CERTA NOSTALGIA, AS TURMAS DE ANTIGAMENTE

 Para não variar dei por mim a pensar na escola, nos miúdos, nas turmas e, coisa de velhos, comecei a andar para trás no tempo e a recordar as turmas que conheci.

Até praticamente até ao fim do secundário frequentei escolas em que era habitual organizar turmas com os alunos de menor rendimento escolar e com alguns problemas no comportamento.

Apesar de ir passando de ano cumprindo os agora conhecidos serviços mínimos, o meu comportamento era, por assim dizer, menos bom, o que me levou a integrar quase sempre turmas de repetentes e indisciplinados. Devo dizer que achava que eram as melhores turmas da escola embora, vá lá saber-se porquê, os professores não tivessem a mesma opinião, sobretudo os que com elas tinham que trabalhar, os mais novos e inexperientes, como também era habitual.

Nós, que tínhamos tal privilégio, ficávamos contentes. Quem é que poderia gostar de estar num grupo de colegas que passavam o tempo a estudar, a maior parte não sabia dar um pontapé numa bola, nunca alinhavam em faltas nem em partidas nenhumas? Ninguém. Nas minhas turmas estava sempre o pessoal mais porreiro, gostávamos das mesmas coisas, gozávamos na escola e assim.

Havia um problema com os meus pais. Como todos os pais, os de ontem e os de hoje, eles também achavam que eu era bom (quase sempre), o problema era as companhias e por isso queriam que eu me afastasse dos meus colegas de turma que eram más companhias. Ora isto era impossível, primeiro porque eu achava que eram boas companhias e, segundo, porque a escola cumprindo os nossos desejos nos juntava o que nós agradecíamos.

Como dizem os velhos, hoje em dia já não se fazem turmas como antigamente, as más companhias todas juntas. Tudo se perde.

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