quinta-feira, 8 de setembro de 2016

PODERÍAMOS VIVER SEM A "PRENDINHA" MAS NÃO ERA A MESMA COISA

Acabei de ler com alguma preocupação que o Governo aprovou um código de conduta para titulares políticos que, entre outras incompreensíveis limitaões,  impede o recebimento de prendas, por assim dizer, de valor superior a 150€.
Contrariamente ao que a rapaziada jotista do CDS-PP que imbuída dos nossos mais sólidos valores culturais os tenta preservar organizando touradas, a geringonça ataca algo de muito profundo na nossa cultura.
A “prenda” ´um traço cultural de gratidão que só nos fica bem e que deve ser apoiado. A “prenda” não é mais do que uma singela forma de agradecer, “sugerir” ou solicitar um “favorzinho”, uma “atençãozinha”, um “jeitinho” que tenha sido dado ou solicitado. Somos um país de gente grata, bem formada, e por isso retribuímos o bem que nos fazem e a ajuda que desinteressadamente nos dão com uma “prenda”. É bonito e é assim que deve ser.
Não podem ameaçar esta nossa cultura. Mesmo os que de nós, também me incluo, por más influências da modernice verificada noutras paragens, questionamos isto já nos deixámos, uma vez ou outra, envolver no "jeitinho" ou na "atençãozinha", é tão nosso.
É verdade que ela é praticada em escalas diferentes,  pode ir de meia dúzia de robalos, umas viagenzinhas, umas coisitas lá para casa,  até aos milhões colocados em zonas francas. Parece-me justo, tudo tem o seu valor e deve ser respeitado
Trata-se de um fenómeno, um comportamento, profundamente enraizado e a “prenda” é apenas um gesto de agradecimento e que agora fica ameaçado, desvalorizado.
É verdade que poderíamos viver sem a “prenda”, a "atençãozinha" ou o "jeitinho", mas não era a mesma coisa.

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