terça-feira, 13 de outubro de 2015

O BURRO DO INGLÊS

Sendo certo que importa racionalizar custos e optimizar recursos combatendo desperdício e ineficácia, o caminho que temos vindo a percorrer é justamente o contrário, o desinvestimento na educação, do básico ao superior com custos que o futuro se encarregará de evidenciar.
Está estudada e reconhecida de há muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e investigação e o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas, qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Como em quase tudo é uma questão de escolhas e prioridades de quem lidera. O empobrecimento e o desinvestimento em educação nunca poderão ser factores de desenvolvimento.
Recordo que numa intervenção no Conselho Nacional de Educação Passos Coelho afirmou através de uma linguagem sofisticada não querer "alimentar a salsicha educativa", a eficácia dos investimentos em educação e no seu alargamento pelo que corta severamente nesse investimento, veja-se a variação no PIB.
Aprendeu com Nuno Crato a ideia de que se cortar na educação a qualidade sobe. Lembram-se certamente da afirmação de Nuno Crato sobre as universidades e politécnicos que estão a "funcionar melhor" depois de terem sofrido cortes substantivos. Na altura sugeri que alguém lhe recordasse a história do burro do inglês para ver se evitamos a implosão prometida nos tempos de opinador.
Conclui-se, portanto, que estamos no caminho certo.
Errado, não estamos no caminho certo.

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