sábado, 7 de novembro de 2009

TODOS TÊM A PERDER MAS, SOBRETUDO, TODOS TÊM A GANHAR

Parece que finalmente o ME se dispõe a analisar a situação que a desastrada PEC Política Educativa em Curso do governo anterior criou. Um dos efeitos mais perversos que essa política implicou foi a instalação de uma opinião pública genericamente desfavorável aos professores, “mérito” da Ministra Lurdes Rodrigues que considerou ter “perdido os professores mas ganho a opinião pública”. Também entendo e já o disse que frequentemente os discursos dos representantes dos professores também contribuem para tal.
Neste quadro, creio que a discussão com o ME deve ser feita com especial atenção e com uma preocupação de clarificar e divulgar junto de pais e restante comunidade a justeza das inquietações e reivindicações dos professores. Nesta perspectiva e considerando que a divisão dos professores em titulares e outros, foi a mais incompetente e insustentável decisão em matéria de política educativa nos últimos anos, esta questão merece especial atenção e inegociável revisão.
Por experiência pessoal, tem-me acontecido que quando explico a pessoas que conheço e que criticam as posições dos professores, a forma e os critérios que estão por detrás da divisão, essas pessoas entendem e aceitam que está obviamente errado. A questão da avaliação é bem mais fácil de resolver, os professores, contrariamente ao que se instalou em parte da opinião pública intoxicada pela PEC querem ser avaliados.
Diria que a divisão da carreira é o pecado original e, também já o referi, estranhei desde o início a relativa tranquilidade com que o Estatuto foi aceite. Parece que só quando se começou a aplicar as pessoas se deram conta da gravidade do seu conteúdo.
Esperemos que haja a lucidez política e o entendimento ajustado de todos os actores envolvidos do quanto está em jogo, a qualidade da educação.

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