quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PAI, PÁRA A CHUVA

Enquanto a lida permite e os dias ainda vão compridos, troco a corrida antipaticamente cedo por uma ao fim da tarde num espaço fantástico, o Parque da Paz, aqui em Almada. Hoje, durante o vertiginoso treino, passei por uma zona que tinha o dispositivo de rega em funcionamento e perto, num banco, estava um pai com uma gaiata de três ou quatro anos que lhe dizia aflita que não podia ir brincar para ali que estava a chover e ele tinha que ir parar a chuva.
Ao ouvir isto, senti saudades de quando o meu filho, naquela fase em que se acredita na capacidade mágica dos adultos, achava que eu conseguia fazer e resolver qualquer coisa e qualquer problema. Lamentavelmente, para nós adultos é claro, este tempo passa depressa e a miudagem rapidamente percebe quanto limitados nós somos e lá se vai um pai mágico. Acredito, no entanto, que com um bocadinho de jeito e atenção conseguimos que os miúdos continuem a acreditar que os pais serão sempre parte da solução dos problemas que a estrada da vida lhes irá revelar. É bom estar atento para que não sejamos parte do problema.
Mas lá que é bonito pedir ao pai que pare a chuva, é.
Continuei a minha corrida a desejar o fim da rega para que a miúda olhasse espantada e agradecida para o seu super-pai.

Sem comentários: