sexta-feira, 16 de maio de 2008

AS PROVAS AFERIDAS, DE NOVO

Aí estão de novo as provas aferidas que, conforme o Público sublinha, “não contam para nota, mas que serve para professores, estabelecimentos de ensino e Ministério da Educação perceberem o que está a falhar, ou não, em termos de competências”, estando, portanto, em jogo não só a avaliação dos alunos, mas também professores, escolas e Ministério. Compreende-se, qualquer dispositivo de avaliação no interior de um sistema, implica de alguma forma os diferentes elementos desse sistema porque … é um sistema. Concordarão que, tanto a administração educativa como os professores, fazendo parte do sistema educativo estarão, naturalmente, sob escrutínio quando esse sistema está em avaliação.
No entanto, do meu ponto de vista e relativamente às provas aferidas parece ainda necessário clarificar aspectos como: As provas avaliam exactamente o quê? A administração educativa crê que são “os objectivos e as competências essenciais de cada ciclo”. Será? Tratando-se de anos transição de ciclo e de resultados individuais o que fará cada professor, cada escola, com os resultados de alunos que já não acompanham? Certamente, se o entender poderá reajustar processos, mas em que direcção se a prova evidencia produtos? Será que alguma escola ou cada professor se surpreenderá com os resultados, bons ou maus, dos seus alunos? Se acontecer é porque não os conhece e, então, não há prova de aferição que lhes valha. Que farão pois com os dados?
Daqui a algum tempo quando os resultados chegarem às escolas veremos se encontramos algo que nos ajude nestas, e noutras, dúvidas.
Devo dizer que algumas destas preocupações foram retomadas do que há um ano escrevi sobre esta matéria.

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