quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

EXPLIQUE LÁ PORQUE É QUE A PROVA É SINISTRA

Como esperava, o Secretário de Estado João Granjo veio afirmar que a sinistra Prova decorreu com numa quase "normalidade" e adiantou a realização de uma nova Prova para os muitos docentes que por razões absolutamente dentro da normalidade não a realizaram.
O Ministro da Examinação veio à RTP ralhar com os professores e insistir num discurso demagógico e populista explicando que a Prova de hoje avalia as "condições mínimas", isto é, em modo Crato, "mobilização do raciocínio", uma pérola do mais fino recorte científico e  os "conhecimentos transversais" como por exemplo, a gestão de refeitórios ou de transportes públicos. Aliás, duas meninas do 12º ano por solicitação da RTP responderam tranquilamente às "condições mínimas" achando a Prova fácil do que os seus "testes". O Ministro discorreu de forma errática sobre a formação de professores de tal forma que até o José Rodrigues dos Santos "entalou" o Crato, tal como fez com a "divisão" entre professores com mais de 5 anos que não realizaram a Prova e com as apreciações a propósito do PISA para cuja resposta até desonestidade intelectual valeu. Uma Cratinice sem vergonha.
Mais modestamente, fui convidado a participar no Opinião Pública da SIC Notícias de hoje à tarde dedicado à Prova.

Para abrir o jornalista Miguel Ribeiro perguntou-me porque razão aqui no Atenta Inquietude eu designava a coisa por Sinistra.
Para além das minhas respostas, creio que quando uma professora leu ao telefone algumas das perguntas da Prova que realizou a contragosto sentindo-se "gelada", recordo uma sobre gestão de transportes e uma outra sobre organização de refeitórios, o jornalista percebeu quanto sinistra, insustentável e humilhante é esta Prova.
No entanto e como o MEC já afirmou, a insanidade não acaba aqui, a incompetência, a arrogância e a manha política são incompatíveis com a humildade do reconhecimento do erro.

7 comentários:

Pedro Sousa disse...

Gostei muito de o ouvir na SIC.

Zé Morgado disse...

Fazemos o que podemos

Anónimo disse...

Prazer em conhecê-lo, Zé Morgado.
Parabéns pela sua intervenção.

Carlos Plágio disse...

Caro José Morgado,

Ouvi-o na Sic no dia 18 e testemunhei a reação do jornalista à leitura das questões que a colega leu ao telefone. Creio que, ainda assim, se conteve, mas percebemos que a perspicácia e o humor do apresentador estão milhares de provas à frente das do senhor ministro... Ficariam clarom o ridículo e a extemporaneidade de uma prova deste género, que frisou reiteradamente nas suas análises, não fossem as múltiplas intervenções telefónicas de caros concidadãos que, pese embora possam ser excelentes profissionais nas suas áreas, de educação e, em particular, de vida docente percebem muito pouco. E a interferência disto a que chamo contra-informação pública continua a sobrepor-se à versão objetiva dos factos, infelizmente... Da seleção de futebol e de professores percebemos todos. Só que os que mais falam habitualmente são os que menos percebem.

Zé Morgado disse...

Pois é Carlos, num país de achistas e tudólogos, a educação é um dos campos em que mais imperam os que acham e os que acham sobre tudo.
Para muita gente de outras áreas, a respectiva área é matéria de saber, a nossa área, a educação, é matéria de opinião, veja os nomes que citei no texto "Nuno Crtao não atingiu as condições mínimas", são bons exemplos de tudólogos que produzem achismos. Boas Festas

JA disse...

Só hoje tive oportunidade de ver/ouvir o programa SIC. Não posso deixar de manifestar o meu imenso orgulho em me sentir representada por ti. Obrigada!!!... do coração!
Judite Álvares

Zé Morgado disse...

Olá Judite, obrigado, temos que ir tentando resistir, Boas Festas