sexta-feira, 4 de novembro de 2011

NO MEIO DA TROVOADA

A lida de hoje permitiu-me uma corrida no Parque da Paz mesmo no final do dia, aproveitando a última claridade.
Mal comecei, o céu abriu-se e zangou-se, anda tudo zangado, o céu também. A chuva era forte e instalou-se uma trovoada das antigas. Como a gente dizia em miúdos, não é que tenha medo, é respeito. Afastei-me da zona com mais árvores e por lá andei uma hora com a água a cair bem, impressionado com os efeitos especiais dos relâmpagos e a banda sonora dos trovões que não estavam longe.
No passo rapidíssimo que me caracteriza, ia pensando como é complicada a vida no meio da trovoada. E já repararam como muita gente vive no meio da trovoada?
Muitos miúdos têm à sua volta tanta trovoada, tão barulhenta, e tanta ventania que se agitam e precisam de gritar mais alto que a trovoada para se fazerem ouvir e notar.
É também grande a tempestade que se abate sobre milhares de famílias com dificuldades fortíssimas para assegurarem, quando asseguram, patamares mínimos de qualidade de vida. Não existe pára-raios que as proteja.
É ainda a trovoada da desesperança sobre o nada que há-de vir continuar o nada que já chegou.
Sorte a minha, a esta hora já não oiço a trovoada e estou em frente ao computador a amanhar esta história ao som de Cymande.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não conhecia Cymande e adorei, É da sua juventude?

Depois da tempestade vem a bonança.

Abraço
António Caroço

Zé Morgado disse...

Olá António, este trabalho é de 72 e também gosto do trabalho do grupo