sábado, 25 de julho de 2009

AS CRIANÇAS QUE NINGUÉM QUER

Ao passar os olhos pela imprensa diária o meu habitual desconforto acentuava-se. Buscas na casa de José Roquette no âmbito dos negócios do BPN, a bizarra cambalhota nas duríssimas afirmações do dono da Associação Nacional de Farmácias João Cordeiro, dizendo e desdizendo-se em poucas horas, a qualidade política patente na entrevista do menino guerreiro, Santana Lopes que ameaça governar Lisboa, agora bem, porque está diferente, mais um caso de pedofilia grave num local onde é suposto as crianças estarem protegidas, desta vez no Colégio Militar, os efeitos da crise, retratados no pessimismo português, recordista na UE, face ao encontrar um novo emprego num prazo de seis meses, o contar e alinhar das espingardas nas listas dos partidos, o trágico ensaio da cegueira no Santa Maria, etc. Enfim, nada que efectivamente seja inesperado.
De repente, uma notícia redentora, um excelente trabalho do I chama a atenção para um grupo de famílias que adoptaram as “crianças que ninguém quer”. Apresentam-se algumas situações de crianças com problemas sérios de saúde e ou de desenvolvimento que foram adoptadas. As famílias referem a sua experiência e a felicidade daqueles miúdos. Sabendo o elevado número de crianças institucionalizadas e em situação de adopção, verificar que algumas pessoas escolhem as mais fragilizadas para lhes oferecer uma família é um acto de solidariedade e humanidade redentor da confiança na gente.
Não os conheço, mas agradeço profundamente tal exemplo.

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