A imprensa diária de hoje refere o relatório divulgado pela UNICEF relativo ao "Bem-estar de crianças e adolescentes", 0 - 17 anos, nos países da OCDE. Os seis critérios considerados remetem para "bem-estar material", "saúde e segurança", "educação", "relação com a família e amigos", "comportamentos e risco" e "percepção subjectiva de bem-estar".
Os indicadores respeitantes a Portugal não são, como seria de esperar, particularmente animadores. De acordo com o DN, o nosso país aparece na zona negra em "bem-estar material", "educação" e "comportamentos e risco". Estamos na zona cinzenta nos indicadores "saúde e segurança" e "percepção de bem-estar". Por outro lado, as nossas crianças e adolescentes expressam uma boa "relação com a família e amigos". O relatório refere ainda um elevado abandono escolar (30%) entre os adolescentes e que 23% da população dos 15 aos 19 não refere qualquer ocupação. É reconhecido que a exclusão e abandono escolar se constituem muito frequentemente como a primeira etapa da exclusão social. Deste pondo de vista este indicador é devastador sobretudo quando vivemos em sociedades cada vez mais abertas e competitivas e, por isso, mais exigentes na qualificação dos indivíduos.
Os indicadores globais de "bem-estar" mostram uma outra coisa que nem sempre me parece suficientemente sublinhada, isto é, a formação e desenvolvimento de qualquer pessoa transcende a família e a escola por mais importante que seja, e é, o trabalho realizado nestes dois contextos. Bem andam os africanos quando dizem que "para fazer uma casa bastam quatro homens mas para educar uma criança é preciso uma aldeia". De facto estes indicadores mostram o que está por fazer na nossa aldeia, nas nossas aldeias. A escola e a família fazendo obviamente parte da solução não são A solução.
1 comentário:
Visita feita e prometo estar atento...
Grande abraço
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