sábado, 22 de janeiro de 2022

AINDA A QUESTÃO DA SAÚDE MENTAL

 Apesar de ainda ontem ter aqui abordado a questão da saúde mental, retomo o tema considerando o nível de sofrimento e mal-estar que afecta muita gente e tem subido significativamente sem que, por vezes, seja reconhecido.

De acordo com o Infarmed, em 2021 venderam-se em Portugal uma média diária de 28 mil embalagens de antidepressivos.

Os dados referem-se aos primeiros nove meses do ano em que foram vendidas mais de 15,7 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos. Esta subida está em linha com anos anteriores.

A estes dados faltará do volume de situações de mal-estar não abordadas através dos fármacos, as não tratadas e o contributo da automedicação apesar da exigência de prescrição médica para este consumo. Este quadro levará a que o número de consumidores seja superior às prescrições e número global de situações de mal-estar seja bem superior aos indicadores de consumo.

Ainda não há muito tempo aqui referi um estudo divulgado em 2021 realizado pelo investigador na área da economia da saúde da Nova SBE, Pedro Pita Barros, “Acesso a cuidados de saúde - As escolhas dos cidadãos 2020, em que se referia que 10% dos portugueses não vão ao médico quando sentem algum mal-estar e que desta população, 63% recorre à automedicação.

Um outro trabalho, “Automedicação na comunidade: Um problema de saúde pública”, publicado em 2019 e desenvolvido pela Escola Superior de Saúde de Viseu -IPV, mostrou que nos participantes, zona norte e centro de Portugal, a prevalência de automedicação ao longo da vida foi de 74,1% e nos seis meses anteriores, de 59,9%.

É ainda de referir que Portugal é o quinto país da OCDE no que respeita ao consumo destes fármacos.

Tem sido também divulgado que estruturas do Serviço Nacional de Saúde ou privadas têm disponibilizado linhas de apoio de natureza psicológica como também o têm feito outras identidades ou mesmo através de iniciativas de natureza individual.

Também sabemos que o impacto de problemas de saúde mental ou de bem-estar psicológico qualidade de vida de pessoas e famílias é fortíssimo.

A situação que vivemos torna tudo mais difícil, mas importa estar atento e ter confiança que na forma como iremos saindo dela estará contemplada a promoção da saúde mental

Existe muita gente a passar mal, pode ser na casa do lado.

No entanto, como agora se diz, somos resilientes e queremos viver, seremos capazes de continuar.

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