terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O OVO DA SERPENTE


O episódio de ontem em Guimarães envolvendo o jogador Marega, bem como as sucessivas referências a situações de violência associadas a racismo, intolerância e discriminação ou ainda a emergência de uma sinistra figura no Parlamento com o mesmo tipo de discurso mostram como o ovo da serpente foi incubando.
Com mais serenidade que a verificada nestes dias seria bom que percebêssemos como embalados e crentes no mito do país de brandos costumes e tolerante à diferença, de gente boa e hospitaleira, fomos acreditando ou querendo acreditar que “isso” são coisas de outras latitudes, deixámos que se criasse o ambiente que foi preparando a eclosão do ovo.
Agora qualquer “gatilho” fará espoletar comportamentos como os de ontem ou de outras situações recentes. Muitos dos discursos que que ocupam o espaço mediático e algumas iniciativas não passam de exercícios de retórica temperada com hiprocrisia e tentativas de apanhar apressadamente o comboio da História. Já deveriam ter acordado.
Lamentavelmente, acho que nos teremos de preparar para novas “venturas” no seu sentido de perigo e risco.
Onde é que falhámos? E o que estamos a fazer com os mais novos para que não seja este o caminho?

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