terça-feira, 8 de abril de 2014

ELA

Imaginava-se com ela todos os dias, todo o dia. Não se cansava de olhar para as inúmeras fotografias dela, coleccionava-as desde que a vira pela primeira vez. Ansiava estar perante o brilho que ela irradiava. Contava os minutos para a poder acariciar e, quando tal acontecesse, iria sentir-se a pessoa mais feliz do mundo. A toda a hora, antecipava como seria extraordinário vê-la, ouvi-la. Pensava que a trataria com um cuidado, assegurava para si próprio, que nunca usou na sua vida. Já conheceu algumas antes, mas nada de parecido com ela, a que ia chegar. Todos os dias ao acordar o primeiro pensamento era para ela e, quando adormecia, era também ela que lhe embalava o sonho.
Finalmente, quando a espera já era insuportável, ela apareceu. Estava à sua frente a PlayStation, último modelo, que os pais lhe tinham prometido se tivesse positiva a tudo no segundo período.

2 comentários:

Ana disse...

E eu que fui lendo o post e relembrando o conto "Uma Fotografia na Rua" (de Agustín Fernández Paz)... Que decepção!
Não sei se é melhor a Diana ser algo completamente, absolutamente, francamente... (que dizer dela!?) se, afinal, tratar-se de uma Playstation, credo! :-)

Zé Morgado disse...

Olá Ana, lamento a decepção causada :)