segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PCs NA SALA DE AULA, SIM OU NÃO E PARA QUÊ?

Ao que parece o ME estará a repensar a continuidade da distribuição do Magalhães, bem como do programa e-escola. Desde o seu início, tive oportunidade de o referir no Atenta Inquietude, estes programas foram objecto de muita discussão que, do meu ponto de vista, se tem centrado nas mais das vezes no acessório e não na questão essencial, faz sentido, ou não, e com que função o computador na sala de aula, designadamente quando se considera os alunos em início de escolaridade.
Estando a continuidade destes programas em aberto, algumas notas repescadas em estilo telegráfico.
1 – O contacto precoce com as novas tecnologias é, por princípio, uma experiência positiva para os miúdos, para todos os miúdos, se considerarmos o mundo em que vivemos e no qual eles se estão a preparar para viver. Nós adultos estamos a pagar um preço elevado pela iliteracia, os nossos miúdos não devem correr o risco da iliteracia informática.
2 – O Programa Magalhães e o e-escola é, do ponto de vista expresso acima, uma boa medida. Teve erros, teve propaganda política, teve marketing a mais, sim teve isso tudo mas, creio, o princípio é positivo.
3 – O computador na sala de aula é mais uma ferramenta, não é A ferramenta, não substitui a escrita manual, não substitui a aprendizagem do cálculo, não substitui coisa nenhuma, é “apenas” mais um meio ao dispor de alunos e professores para ensinar e aprender. Em termos provocatórios, por vezes afirmo que o computador é apenas um lápis mais sofisticado.
4 – É preciso evitar o deslumbramento provinciano do novo-riquismo com as novas tecnologias, reafirmo, são apenas ferramentas que a evolução nos disponibiliza e não algo que nos domina e é visto como uma panaceia.
5 – O que dá qualidade e eficácia aos materiais e instrumentos que se utilizam na sala de aula não é a tanto a sua natureza mas, sobretudo, a sua utilização. Posso ter um computador para fazer todos os dias a mesma tarefa, da mesma maneira, sobre o mesmo tema, etc. Rapidamente se atinge a desmotivação e ineficácia, é a utilização adequada que potencia o efeito as capacidades dos materiais e dispositivos.
6 – Para além de garantir o acesso dos miúdos aos materiais é fundamental disponibilizar a formação e apoio ajustados aos professores sem os quais se compromete a qualidade do trabalho a desenvolver bem como, evidentemente, assegurar as condições exigidas para que o material possa ser rentabilizado. 
7 – Finalmente, como em todas as áreas, é imprescindível avaliar o trabalho realizado, única forma de garantir a sua qualidade.

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