segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O MUNDO AO CONTRÁRIO

Um dia destes sentei-me por algum tempo no meu canto a ver passar o mundo. E vi coisas estranhas.
A verdade dá prejuízo e a mentira dá lucro. A demagogia é aplaudida e apreciada, enquanto o realismo cai em desuso e é confundido com pessimismo.
Desperdiçam-se alimentos ao mesmo tempo que se passa fome. O crime pequeno do "pilha-galinhas" tem consequências mais pesadas que o crime grande que, muitas vezes, fica impune.
A crise que ameaça os mais desprotegidos obriga, dizem, a desproteger ainda mais os mais desprotegidos que sustentam os custos da crise para aqueles que a provocaram. Confuso? Não, chama-se mercado e, este sim, tem que ser protegido.
As lideranças em várias áreas, mais do que bons exemplos providenciam lições sobre o que se não deve fazer.
Perora-se sobre a poupança e o equilíbrio e, simultaneamente, faz-se a apologia do consumo e da ostentação.
A ética desapareceu do comportamento de muita gente, mora apenas nos discursos, e só em alguns.
Promove-se o compadrio e a incompetência em vez do mérito.
Confunde-se serviço público com ao serviço de algum público, pequeno, já se vê.
Às tantas cansei-me, carreguei no comando e desliguei o mundo.

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