sábado, 11 de junho de 2022

SEGUNDA OPORTUNIDADE

 No DN é abordado o trabalho desenvolvido na Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos com adolescentes e jovens que cumprem trajectórias de abandono e insucesso escolar mostra que a educação, a escola, faz a diferença e é capaz de contrariar o destino. Recordo Mandela quando afirma que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo, a começar no mundo de cada um com o qual se cumpre o que de forma simples costumo definir como o grande objectivo de um sistema educativo, o de que os jovens, todos os jovens, à saída do sistema se encontrem equipados com qualificação pessoal e profissional independentemente do patamar académico atingido. É uma condição imprescindível a um projecto de vida bem-sucedido.

Considerando a diversidade dos alunos e contextos só uma via de diferenciação de percursos e de oferta educativa, de modelos e tipologia de escolas, de conteúdos curriculares e práticas pedagógicas, de apoios ajustados e competentes é possível levar, tanto quanto possível todos os alunos a aceder a alguma forma de qualificação, pois será a melhor forma de combater a exclusão.

Aliás, a oferta formativa de natureza profissional no âmbito do ensino secundário que também está a acontecer apesar de muitas dificuldades e constrangimentos, pode ser um passo nesse sentido e tem contribuído para baixar os níveis de abandono. Importa, no entanto, garantir que esta oferta não seja preferencialmente dirigida para os "que não servem" para a escola ou assim percebida por parte da comunidade educativa, tanto na escola como nas famílias.

Numa altura em que tantas vezes se questiona e responsabiliza a escola é bom saber, nós sabemos, que, apesar de tudo, a escola … ensina e educa.

Muitas vezes penso que nos falta um pouco a “cultura" de valorizar e divulgar o que corre bem. Embora se compreendam algumas razões estamos quase sempre mais direccionados para os muitos problemas e dificuldades sempre presentes no complexo universo da educação.

Na verdade, apesar do peso das variáveis referidas, o trabalho na e da escola, das escolas, e dos professores é um factor significativamente explicativo do sucesso dos alunos mais vulneráveis e capaz de contrariar o peso das outras variáveis que estão presentes no contexto de vida desses alunos. Aliás, a experiência da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos parece ser um bom exemplo.

Aqui se regista e saúda.

No entanto, importa desenvolver políticas educativas que em termos genéricos e em termos mais particulares como currículos, sistema de organização, recursos humanos docentes, técnico e funcionários, tipologia e efectivo de escolas e turmas, autonomia das escolas que sustentem esta ideia de diferenciação, a ferramenta para promovam qualidade e inclusão.

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