domingo, 19 de junho de 2022

DO SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

 O JN de hoje dedica hoje algum espaço a uma problemática que já aqui tenho abordado e que envolve a questão dos subsídios de educação especial atribuídos a famílias com crianças com dificuldades mais severas que exigem apoios especializados.

Entre Janeiro e a Abril deste ano, lê-se num dos trabalhos, a Segurança Social cortou um em cada quatro subsídios, menos 45 000 pagamentos.

As famílias, professores e técnicos especializados estão muito inquietos com o efeito significativo que esta medida terá no desenvolvimento e processo educativo das crianças envolvidas. Assim, está em organização uma acção de protesto a realizar dia 27.

Já aqui tenho abordado a existência, designação, os objectivos e a forma como é operacionalizada a atribuição deste subsídio de educação especial bem como as dúvidas que me suscitam. No entanto, é o quadro que temos em funcionamento e a verdade é que as crianças com necessidades educativas especiais, as suas famílias e os professores e técnicos, especializados ou do ensino regular conhecem, sobretudo sentem, um conjunto enorme de dificuldades para, no fundo, garantir não mais do que algo básico e garantido constitucionalmente, o direito à educação e, tanto quanto possível, junto das crianças da mesma faixa etária. É assim que as comunidades estão organizadas, não representa nada de extraordinário e muito menos um privilégio.

Como é evidente, em situações de dificuldade económica, as minorias, são sempre mais vulneráveis, falta-lhes voz.

No fundo, estas manifestações de pais ou técnicos são "apenas” mais um grito, entre muitos, que exprime a indignação destas crianças e famílias que vêem os seus direitos atropelados por quem deveria ser o garante do seu cumprimento.

Como sempre afirmo, os níveis de desenvolvimento das comunidades também se aferem pela forma como cuidam das minorias.

Lamentavelmente, estamos num tempo em que desenvolvimento se confunde com mercados bem-sucedidos, com cortes nos recursos necessários e na “normalização” dos miúdos, sempre em nome da educação inclusiva, é claro.

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