segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

DO ENGRAÇADISMO

 É sempre difícil ser juiz em causa própria. No entanto, atrevo-me a dizer que me considero um tipo com algum sentido de humor e gosto de me rir, com e de.

Mas se existe algo que me abespinha mesmo é a onda de “engraçadismo” que invade a comunicação social para não falar das redes sociais em que é uma praga irritante, por vezes de fontes imprevisíveis. O humor é uma coisa o “engraçadismo” é outra coisa bem diferente e profundamente irritante. O humor é uma ferramenta de protecção da saúde mental, o engraçadismo é um produto tóxico.

Para quem conhece o ambiente de muitas salas de aula é um clássico, o miúdo esperto que adora lançar piadas sem piada, fazer cenas bué d’engraçadas apenas para chatear o "setôr", para se rir muito de si mesmo e, sobretudo, para que o seu grupo de apoiantes se ria e o ache "mesmo fixe", mesmo esperto.

Também em casa conhecemos o mesmo estilo, “armar” em engraçado sem graça.

Mas o que me tira mesmo do sério são os adultos que cultivam o “engraçadismo” convencidos do seu enorme humor. Esta síndroma afecta até gente com todos os graus de qualificação e em múltiplas áreas e dirigido até ao que de engraçado tem … nada

Talvez esteja mesmo a ficar velho e com a paciência guardada para o imprescindível, mas nos putos entendo e tolero, faz parte do crescimento, nos adultos irrita, é muito umbiguismo para o meu gosto.

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