sexta-feira, 3 de maio de 2019

DA SÉRIE "AGARREM-ME SENÃO ..."


Neste jardim à beira mar plantado temos um novo episódio da série “Agarrem-me senão …” uma afirmação típica de quem ... não pretende realizar o que anuncia.
Posso estar enganado e não quero fazer concorrência aos politólogos e opinadores que adivinham o futuro, falta-me o engenho e a arte, mas esta ideia de Carlos César admitir a eventual demissão do Governo na sequência da votação de ontem no Parlamento sobre os mais famosos 9A4M2D dos nossos tempos não será para levar a sério.
Uma nota sobre a estranha votação que agrega CDS-PP, PSD, BE e PCP, afinal existem consensos que até a um recém-chegado à política, Santana Lopes, causam alguma perplexidade. No entanto, o mundo está cheio de amizades improváveis.
O que foi aprovado parece-me uma mão cheia de nada e mais uma habilidade em tempos de eleições. Não tem qualquer impacto no Orçamento deste ano, seria inconstitucional, e não fixa qualquer calendário de consideração do tempo congelado na carreira dos professores.
Teremos eleições em Outubro pelo que não será este Governo a gerir a situação em 2020 e anos seguintes ainda que, naturalmente, o PS possa vir a liderar um novo executivo. Que sentido faz esta conversa da demissão?
Embora de acordo com as intenções de voto conhecidas não seja previsível uma alteração significativa da distribuição do peso eleitoral dos partidos, também não me parece que o PS e os partidos à esquerda queiram arriscar um cenário de eleições antecipadas nesta altura. Já vimos este filme com os resultados que se conhecem e não me parece que nenhum esteja verdadeiramente nisso a não ser, eventualmente, o PCP devido à conflitualidade interna desencadeada pelo aopio à solução de Governo.
No fundo nada de novo, a política do Portugal dos Pequeninos e os sobressaltos da partidocracia.

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