terça-feira, 9 de outubro de 2018

E SE OS ALUNOS AVALIASSEM OS SEUS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO?

No Blogue ComRegras, o Alexandre Henriques coloca a ideia dos alunos de que os alunos possam avaliar o desempenho dos seus encarregados de educação mostrando como exemplo dois instrumentos de avaliação que se realizaria no contexto escolar. O DN pediu opinião sobre a iniciativa a algumas pessoas que expressaram opiniões diferentes. Algumas notas.
Embora o que venha a seguir possa parecer paradoxal acho pouco sustentável a ideia. O sistema de relações familiares tem um conjunto de características que não me parecem compatíveis com avaliações formais dos filhos aos encarregados de educação/pais para mais desenvolvidas no contexto escolar. Não é desta forma que do meu ponto de vista se estimula a partir da escola a parentalidade competente e, naturalmente, a relação pais-escola e pais-filhos.
No entanto, agora o risco da contradição, a verdade é que diariamente, em múltiplas circunstâncias e em todas as idades os filhos avaliam os pais sem recorrer a dispositivos formais, estruturados ou a classificações ordenadas.
“Avaliam” de forma quase “intuitiva” o grau de consistência e firmeza das regras que lhes são “ditadas”, avaliam os contextos e sabem até onde ir para conseguir algo, avaliam as diferenças de estilo e funcionamento dos adultos que estão à sua beira, avaliam a vulnerabilidade de muitos pais “incomodados” com os estilos de vida que lhes roubam tempo para os filhos que procuram compensar “cedendo” ou “oferecendo”.
De facto, as crianças e adolescentes, na sua maioria, são muito perspicazes.
Acontece que esta perspicácia de avaliadores lhes rende “dividendos” pelo que desenvolvem as suas competências de empreendedores.
A grande questão, do meu ponto de vista, não é a avaliação que os filhos fazem dos pais e também de outros adultos, professores por exemplo, fazem sempre e sendo inteligentes adaptam-se. A grande questão é como ajudar os pais para que das avaliações produzidas pelos miúdos, mais pequenos ou mais crescidos, não resultem “dividendos” negativos mas indicadores eficientes de regulação dos comportamentos e das atitudes.
Como muitas vezes digo não se trata de uma educação para a santidade mas uma educação com valores e reguladora.
As crianças e adolescentes, sendo na sua grande maioria.crianças saudáveis sabem muito bem avaliar o que e quem está à sua volta e agir em conformidade, seja de forma positiva, seja de forma meno positiva.


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