quinta-feira, 12 de novembro de 2015

MENOS ABANDONO, MENOS RETENÇÃO, MAIS SUCESSO. SERÁ?

O Relatório "Education and Training Monitor 2015” da responsabilidade da Comissão Europeia, evidencia progressos importantes realizados em Portugal no que concerne ao abandono escolar. Apesar destes progressos, que se devem registar, a taxa de abandono escolar em Portugal continua a quarta mais alta da União Europeia.
De acordo com o Relatório o abandono escolar precoce em Portugal passou de 30,9% em 2009 para 17,4% em 2014. A média na Comunidade é 11,1% e importa recordar que para 2020 está estabelecido a nível europeu o objectivo de atingir 10%
Na verdade, os estudos comparativos internacionais têm vindo a registar os progressos dos alunos portugueses. No entanto de 2009 para 2012 a situação inverteu-se.
Sabe-se também que de 2011, depois de um período de melhoria de resultados escolares, os níveis de retenção voltaram a agravar-se em todos os anos de escolaridade. Em média chumbam por ano cerca de 150 000 alunos dos ensinos básico e secundário como referiu o CNE em Relatório deste ano. É evidente também que os alunos com insucesso escolar são os que correm maior risco de abandono escolar precoce.
Por outro lado, importa analisar o impacto que nestes resultados tem a forma como é gerida a avaliação interna nas escolas e a avaliação externa do MEC designadamente com a definição da dificuldade dos exames. Veja-se a oscilação de médias dos exames nacionais ao longo dos anos.
Também me parece necessário ponderar o impacto que tem o “encaminhamento” de muitos alunos para vias vocacionais ou profissionais, que minimiza os níveis de abandono, minimiza os números das retenções mas não é garantido que faça subir os números do sucesso educativos e escolar.
Neste contexto, julgo que importa alguma prudência no olhar para o significado real do abaixamento do abandono.

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