terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DE QUEM SÃO OS RESULTADOS DO TIMSS E DO PISA?

A conflitualidade de interesses da partidocracia na educação está em ebulição.
Está a verificar-se uma desenfreada corrida na apropriação dos bons resultados conseguidos pelos alunos portugueses nos estudos recentemente divulgados, o TIMSS e o PISA, apesar, sublinhe-se, da manutenção de desigualdades e níveis de retenção preocupantes.
Não me parece que os resultados no PISA e no TIMSS possam ser submetidos a algum teste de paternidade de forma a identificar os seus progenitores pelo que a discussão está condenada à esterilidade e à retórica inconsequente. Como já disse, a única ilação segura que se pode retirar é que o trabalho de alunos e professores foi melhor sucedido.
É verdade que o volume de resultados permitirá análises úteis e importantes em termo de acção mas não nos termos em que actualmente se desenrola discussão.
Do que se conhece, nada autoriza a sustentar a existência de uma relação de causa-efeito entre o número de exames e a subida de resultados, entre o aumento de alunos por turma e a subida de resultados, entre a diminuição do número de professores e aumento de resultados, entre o estabelecimento de 998 metas curriculares em Língua Portuguesa, por exemplo, e a subida de resultados, etc., etc.
Por outro lado, nada autoriza a estabelecer nenhuma relação de causa efeito, por exemplo, entre dividir professores e criar um clima infernal nas escolas e a subida de resultados
Estas notas não servem para um exercício gratuito de “contrismo”, estar contra tudo o que foi feito, designadamente, por Nuno Crato ou Maria de Lurdes Rodrigues, não se trata disso.
Trata-se se sublinhar que como já escrevi hoje os professores e os alunos vão cumprindo a sua parte, apesar de muitos aspectos negativos das políticas educativas cujos responsáveis se querem agora tornar donos destes resultados.

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