quarta-feira, 16 de julho de 2008

O GOVERNADOR, O PROFESSOR E O SUBMARINO

Prometo que vou fazer um esforço para, tanto quanto possível, manter a crise um bocadinho afastada destes encontros. Por vezes, temos a secreta e estúpida esperança de que, se não falarmos das coisas, elas deixam de existir, isto é, a portuguesa ideia, “longe da vista, longe do coração”. Fugindo, portanto, à crise, da imprensa de hoje algumas notas a merecer atenção.
Em primeiro lugar. Temos finalmente submarino, já não somos um qualquer país que nem um submarino em condições tem. Podia lá ser uma pátria de marinheiros caber num velho Barracuda dos anos 50. Não, pela módica quantia de 1000 milhões de euros (não vale falar da crise) vamos ter dois submarinos, um já está na água, e voltaremos a ser donos dos mares. Que se cuidem terroristas, inimigos em geral, contrabandistas e traficantes e pescadores espanhóis. Agora é que vão ser elas. Segundo o DN até “o Mar das Caraíbas passa a estar igualmente ao alcance do poder naval lusitano”. É obra.
Segunda nota. Chegou o Professor para fazer o melhor por nós. Não, não é o Marcelo. Não, não é o Karamba. Não, não é o Manuel Machado. É o Professor Carlos Queirós, novo seleccionador nacional de futebol, que vem substituir o devoto da Senhora do Caravaggio, o Sr. Scolari agora devotamente atrás das libras do Sr. Abrammovich, o tal que fez fortuna através de honestos processos de corrupção. A apresentação do Professor feita por essa maior figura da lusa comunidade, o Dr. Madail, foi comovente.
Um dos maiores especialistas em política energética, o Dr. Vitor Constâncio, governador do Banco de Portugal, aconselhou o Governo a considerar a hipótese da energia nuclear. Considerando o vastíssimo curriculum do Sr. Dr. nesta matéria, o Governo já encomendou ao LNEC um estudo sobre a questão.
Finalmente. A PSP anda à procura de duas pistolas-metralhadoras Beretta que terão desaparecido de uma esquadra. Bom, o país é pequeno, estou certo de que vão encontrar as duas armas. Não tenho a mesma certeza é sobre a capacidade para encontrar os outros milhares de armas que, é sabido, andam por aí nas mãos de muita gente.

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