terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

SEM OVOS ...


Como referi há dias foi divulgado um trabalho da OCDE “Measuring Innovation in Education” revelando que em Portugal e em contraciclo com a esmagadora maioria dos países a percentagem de alunos com acesso a portáteis na sala de aula caiu de 55% para 43%, entre 2009 e 2015. Mais preocupante ainda o dado relativo ao 4º ano em que a percentagem de alunos com acesso a computadores ou portáteis nas aulas de leitura baixou de 47% em 2011 para 14% em 2016.
A OCDE sublinha ainda a necessidade das políticas públicas de educação acautelarem o acesso da generalidade dos alunos a estas ferramentas pois corremos o risco de agravamento das desigualdades em função da origem socioeconómica dos alunos que podem não compensar nos contextos familiares o acesso ao mundo digital. Os programas do ME de distribuição de computadores foram para muitos miúdos foi a única forma de acederem a estes dispositivos. Como escrevi, conheço várias situações.
No Público de hoje a Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas expressa a enorme carência verificada no parque informático das escolas, sobretudo a disponibilidade de tablets e ineficiência da rede em boa parte das escolas.
Existem algumas excepções mas a situação é preocupante.
A paixão pela educação e pela actualização de processos tem custos, não chegam as declarações de amor. O desinvestimento nos equipamentos informático e na disponibilização de redes eficientes na generalidade das escolas certamente contribui para o cenário descrito pela OCDE e que quem conhece as escolas não estranha.
Aqui sim, é requerida inovação, sem ovos não se fazem omeletes. Teremos sempre o recurso à velha imprensa Freinet que sendo de não esquecer … não chega nos dias que correm.

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