sábado, 17 de fevereiro de 2018

O FUTURO DA EDUCAÇÃO


No Público encontra-se um texto assinado pelo grupo de consultores do Projecto da OCDE Future of Education and Skills 2030 recentemente divulgado e que merece leitura, provavelmente será a fonte inspiradora dos caminhos da educação.
O Projecto visa promover a cooperação entre países e economias para responder a duas questões essenciais.
“De que tipo de conhecimentos, capacidades, atitudes e valores vão necessitar os estudantes para ter sucesso e modelar o seu mundo?
Como podem os sistemas educativos desenvolver esse conjunto de competências?"
Estarei a ser injusto mas outra vez?! Estas questões "novas", quantas vezes se nos colocaram ao longo das últimas décadas?
Para lhes responder precisaremos, deito-me a adivinhar, de “inovação”, “novos paradigmas”, “rupturas”, “novas formas de ensinar” e coisas assim.
Mais a sério, como muitas vezes tenho dito e escrito sou dos que entendo a necessidade de mudanças em matéria de currículo, de autonomia, de recursos e organização das escolas, valorização dos professores, etc. e também muitas vezes tenho afirmado as razões para tal entendimento pelo que as deixo de lado.
Por outro lado, e como também já disse, não simpatizo com a recorrente referências constante ao à inovação, ao “novo”. O desenvolvimento das comunidades exige ajustamentos regulares no que fazemos em matéria de educação e em todos os patamares do sistema. Umas vezes melhor, outras vezes com mais sobressaltos temos feito um caminho importante e muito mais ainda vamos ter que fazer mas os ajustamentos que decorrem da regulação e avaliação não têm que ir atrás da “mágica” ideia da inovação, fazer como diz o Pedro Abrunhosa “o que nunca foi feito”.
Nestas matérias, talvez de forma simplista mas é intencional, penso como Almada Negreiros quando referia na "Invenção do Dia Claro”, "Nós não somos do século de inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas”.
Mais uma vez desculpem o risco de ser injusto mas sinto já cansaço face à narrativa da "inovação".
Estou aqui no Alentejo e recordei-me da mítica expressão relativa à Barragem do Alqueva, “Construam-me porra!”.
Também na educação, faça-se e façamos o que temos a fazer.

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