domingo, 19 de outubro de 2008

E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LOS?

Ontem lembrei-me do título da peça de Karl Valentin. Como algumas vezes aqui tenho referido, alguns aspectos da PEC – Política Educativa em Curso, merecem, do meu ponto de vista, profunda contestação. Um desses aspectos prende-se com as alterações ao novo enquadramento legal e à organização dos dispositivos de apoio a crianças e jovens que experimentam dificuldades educativas. Sempre tenho defendido que as alterações introduzidas produzem o dramático efeito de deixar imensas situações sem apoio adequado e mesmo sem apoio, situação que o ME sempre nega num exercício de delinquência ética. Ontem, algumas centenas de pessoas presentes, tal como eu, num evento em Coimbra, ouviram a voz angustiada de uma professora, presumo que da região, referir que, no agrupamento de escolas em que trabalha, quando os elementos do Conselho Executivo mostraram a serviços de inspecção do ME o número de alunos a necessitar de apoio, foi-lhes perguntado se não era possível proceder “a uma limpeza” naquela lista. Num país a sério, esta situação não poderia acontecer sem qualquer consequência. Pobres putos que estão à mercê deste comportamento criminoso e, devemos assumi-lo, da estranha incapacidade de irmos mais longe do que a indignação.

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