quinta-feira, 17 de maio de 2007

PRAXES. E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LAS?

Nos últimos dias apareceu na comunicação social a referência a mais um episódio da triste realidade designada por praxe académica. Agora foi na Universidade de Coimbra. Ao que parece, durante um “tribunal de praxe”, estudantes de Medicina terão provocado algumas lesões em dois caloiros do mesmo curso.

Parece também que o Conselho de Veteranos (gente que se arrasta pela universidade à custa dos nossos impostos), ficou de “apurar os factos” e, de acordo com o seu mais destacado membro, o dux veteranorum, o senhor João Luís de Jesus, caso se confirmem abusos, os senhores prevaricadores correm o risco de “perda de graus hierárquicos” ou, até, pena das penas, castigo dos castigos, tortura das torturas, apanhar com “suspensão do exercício da praxe”, o que representará, seguramente, o fim trágico de uma brilhante carreira académica. No entanto, apurados os factos, podem concluir que este incidente não passou de um trabalho de grupo sobre traumatologia e nível de sensibilidade à dor. Terá corrido mal por falta de colaboração e qualidade do “material didáctico” (os caloiros) e os pobres e esforçados estudantes ainda podem ser prejudicados na avaliação, injustamente.

Numa altura em que, pelas piores (ou melhores) das razões, o ensino superior está sob escrutínio, não seria tempo das academias reflectirem sobre comportamentos e culturas que, de integração e valores académicos, têm nada. Além disso, as “tradições” não têm que ser boas só por serem, dizem, “tradições”.

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