Quem por aqui passa sabe que para além da paixão pela psicologia da educação e pela escola, universo no qual entrei aos seis anos pela mão da D. Beatriz e de que não mais saí, o Alentejo é outra das paixões de que me alimento. Começou em 1975 quando namorava, lá está, outra paixão até hoje, com uma então jovem professora do 1º ciclo que iniciou a sua carreira em Panóias, perto de Ourique. Acabámos por, há pouco mais de trinta anos e num tempo em que o Alentejo ainda não estava em moda, adquirir um pedaço de paraíso onde não falta nada do que é o Alentejo, incluindo o trabalho.
Desejo muito que o Alentejo
sobreviva à ameaça do amendoal e olival superintensivos à mercê do engodo dos
lucros imediatos e com a complacência de políticas públicas que hipotecam o
futuro.
Enquanto não … trabalhamos, dizem
que o trabalho dá saúde. Então que assim seja, os meus setenta precisam de
saúde. Falta o Mestre Zé Marrafa que não merecia o que está a passar, mas vem o
Carlos, rapaz vontadeiro e amigo que dá uma ajuda.
Nos últimos dias chegaram as
primeiras chuvas bem “chuvidas” ao Alentejo.
A terra gretada e desesperada por
água agradeceu e já está a mudar de cor. É uma terra milagrosa, uns dias de
chuva e o pasto já está a nascer, vai ganhando um verde que é vida e
rapidamente irá substituindo o castanho.
Deu para fabricar um bom bocado
de terra, acabei há pouco, para a renovar, semear pasto e preparar a horta, as
diferentes espécies de couve que compõem os pratos de Inverno e algumas alfaces
já estão na terra. O cheiro da terra molhada a ser fabricada é redentor e
assinala um novo começo. Seria desejável que este novo começo fosse mais amplo,
tanta coisa da nossa vida a precisar de um novo começo.
E são assim os dias do Alentejo,
hoje um dia cheio de Sol.
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