Esta é daquelas notícias que me “mete espécie” para recorrer a um dos mais bonitos e utilizados enunciados da nossa língua.
Neste ano de avaliação digital
nos exames do 9.º ano o ME decidiu criar um dispositivo de regulação no processo
de classificação. Quando a classificação
final da disciplina, após a realização da prova, é inferior à classificação
interna final ou a nota obtida na prova é muito superior à classificação
interna do aluno, a prova é reavaliada.
Assim, de acordo com os dados
disponibilizados pelo ME foram reavaliadas 13.690 provas e mais de metade, 7420,
teve a sua nota alterada, subindo ou descendo. Por disciplinas, das 5488 provas
de Português reavaliadas, em 3162 a classificação subiu e em 1317 desceu. Considerando
a Matemática foram revistas 7708 provas e 1447 alunos tiveram um aumento da
nota e em 1127 baixou a classificação.
Na verdade, este significativo
volume de alterações, para além de “meter espécie, levanta dúvidas quanto às
razões que esperemos vir a conhecer. Algumas hipóteses podem ser consideradas.
A Associação dos Professores de
Português refere o facto de ser o primeiro ano de provas digitais e a literacia
digital dos alunos pode “contaminar” o desempenho. A Associação dos Professores
de Matemática refere a importância do dispositivo de regulação criado pelo ME
com vista a melhorar o processo de avaliação, mas não refere a eventual razão
para tantos casos de alteração da nota.
Dada a importância crítica da
fiabilidade do dispositivo de avaliação externa, ficamos a aguardar alguma
explicação por parte do IAVE considerando aspectos como o processo de
digitalização, as metodologias ou a eficiência da logística da classificação.
No entanto e “cá para mim”, nos
tempos que correm “acho” que “anda aqui mãozinha” dos Srs. Algoritmos que, por
alguma deriva ideológica, decidiram criar “ruído” num processo que, como é
reconhecido, tinha todas as condições para correr bem, com eficiência e
competência.
Deixem lá ver, como por cá no
Alentejo dizemos.
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